Entenda como os juros podem influenciar seus investimentos
Investidores com perfil conservador – aqueles que não desejam correr tantos riscos nos investimentos e optam por realizar escolhas mais seguras – são, geralmente, os que mais ficam de olho nas movimentações da Selic, a taxa básica de juros do Brasil. Isso porque aplicações financeiras que têm seus rendimentos atrelados à Selic, como o CDI ou Tesouro Selic, são impactadas com as mudanças da taxa.
No dia 17 de março, o Banco Central (BC) divulgou que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a Selic em 0,75 ponto percentual, para 2,75% ao ano. Esse foi o primeiro aumento de juros no Brasil em quase seis anos.
A expectativa do mercado é que as próximas reuniões do Copom continuem o ciclo de altas da Selic. O comitê sinalizou uma nova elevação de 0,75% na próxima reunião, prevista para acontecer nos dias 4 e 5 de maio, o que levaria a taxa para 3,50%. Segundo o último boletim Focus, divulgado no dia 12 de abril, a projeção do mercado para a taxa básica de juros subiu de 5,00% para 5,25% até o final de 2021.
Como ficam os investimentos?
O CDI, sigla para Certificado de Depósito Interbancário, é um título emitido por bancos para a realização de empréstimos entre si. E, assim como a Selic, é utilizado como uma taxa de referência para diversos tipos de investimento. As variações na Selic refletem no CDI. Dessa maneira, se a taxa básica de juros sobe, o CDI também deve subir.
Com a alta da Selic, os investimentos de renda fixa voltaram ao radar dos investidores. Aplicações de renda fixa pós-fixadas acompanham a subida da taxa de juros e, com a decisão do Copom, tiveram crescimento em seus rendimentos.
O Tesouro Direto é um dos exemplos. Eles são títulos emitidos pelo governo federal (o que torna-os bastante seguros) e são indicados para aqueles que buscam aplicações a longo prazo. Existem três opções: Tesouro Prefixado, modalidade com os juros definidos já no momento da contratação. Ou seja, o investidor sabe exatamente quanto vai resgatar no final. Os outros dois produtos são o Tesouro IPCA+ e o Tesouro Selic, ambos pós-fixados. O primeiro sofre flutuação da sua rentabilidade a partir da inflação oficial do país, enquanto o segundo segue a taxa básica de juros.
Confira neste texto as vantagens de cada modalidade do Tesouro Direto
Outro investimento que é diretamente influenciado pela Selic é o CDB (Certificado de Depósito Bancário) pós-fixado. Ele funciona de forma parecida com o Tesouro Direto, mas nesse caso você empresta o seu dinheiro para uma instituição bancária, que devolve o valor acrescido de juros que acompanham a Selic.
Da mesma forma que o Tesouro Direto, o CDB também conta com opção prefixada, em que você também recebe uma taxa de rentabilidade fixa, definida no momento da compra. Mas, ao invés de ser emitido pelo governo, ele é emitido por bancos, porém com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
De olho na renda atrelada à inflação
Segundo o último boletim Focus, a previsão da mediana para o IPCA deste ano passou de alta de 4,81% para 4,85%. Para 2022, a projeção foi de 3,52% para 3,53%.
Especialistas do mercado financeiro afirmam que as NTN-Bs – modalidade do Tesouro IPCA+, que paga os juros semestralmente -, que remuneram com base no IPCA e em outros indexadores, são uma das melhores escolhas no momento. Segundo eles, esses investimentos estão “surfando” tanto nas altas da Selic quanto na alta contínua da inflação, que, ao que tudo indica, parece se que irá se manter por mais algum tempo.
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