Tesouro Direto ainda vale a pena em 2021?
Com a chegada das plataformas e gestoras independentes de investimento, que permitem a pequenos investidores aplicar diretamente em diferentes ativos, o Tesouro Direto ganhou evidência nos últimos anos e se tornou uma porta de entrada para quem está começando a criar uma carteira de investimentos.
Estável e de perfil conservador, será que o Tesouro Direto ainda vale a pena em 2021? Confira em quais casos é uma boa ideia contar com este ativo no seu portfólio.
Pense (bastante) adiante
Com a mínima histórica da taxa Selic em 2% ao ano segurando a rentabilidade dos investimentos de renda fixa, investidores começaram a olhar com mais atenção para outros tipos de ativos de perfil mais arrojado, em busca de rentabilidade.
Nesse movimento, fundos de investimento e ações, por exemplo, ganharam destaque. A bolsa de valores (B3), inclusive, teve um ano histórico com a entrada de 1,5 milhão de novos investidores, elevando para 3,2 milhões o número total de pessoas físicas cadastradas, o que representa um aumento de 92% em relação a 2019.
Esse protagonismo da renda variável em 2020, porém, não tira as vantagens do Tesouro Direto quando a ideia é pensar no longo prazo, como projeto de aposentadoria. Até porque é sempre importante lembrar que diversificar os investimentos entre aplicações com maior e menor risco é essencial para diminuir os riscos da carteira. E uma das principais características desse título é justamente essa: segurança. Por se tratar de uma dívida do governo brasileiro, a chance de calote é baixíssima (para não dizer nula. Historicamente, nunca aconteceu), até porque é a única “instituição” que tem como última saída imprimir dinheiro para pagar seus credores.
Dito isso, é importante entender como o Tesouro Direto funciona, quais tipos de títulos estão disponíveis e como aproveitar suas melhores características. Confira aqui as regras da B3 e do Tesouro Nacional para este tipo de produto.
Compre e guarde
Na sua essência, o Tesouro Direto é um título para comprar e guardar. De acordo com o prazo e a rentabilidade pretendida, é possível escolher entre três títulos: Tesouro Selic, Tesouro IPCA e Tesouro Prefixado.
O Tesouro IPCA, como indica o nome, tem a sua rentabilidade atrelada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), garantindo que o seu dinheiro sempre terá rentabilidade com garantia de poder de compra acima da inflação vigente, ou seja, é ideal para quem está pensando em guardar por mais de 10 anos, como na faculdade dos filhos, uma casa ou na aposentadoria.
O Tesouro Selic é ajustado pela taxa de juros determinada pelo Banco Central e é geralmente indicado para aplicações de curto prazo, três anos ou menos. Em 2020, a baixa histórica da taxa de juros fez essa aplicação ter pouca rentabilidade, mas é importante lembrar que nos últimos 10 anos ela já chegou a 16% e sempre esteve na média dos 8% ao ano.
Já o tesouro prefixado é um meio termo. Os juros são pré-definidos e, por isso, você já fica sabendo quanto o dinheiro renderá no vencimento, independentemente dos movimentos da economia. Vale a pena em tempos em que o governo dá sinais de que baixará os juros. Neste caso, investir neste modelo garante uma rentabilidade maior por um tempo. Porém, se o objetivo é pensar no longo prazo, há o risco de os juros fixados na compra do título rentabilizarem o investimento abaixo do IPCA. Por isso, considere o tesouro prefixado para aplicações de médio prazo, menos de 10 anos.
Uma dica que vale para os três títulos: antes de investir no Tesouro Direto, guarde uma reserva de emergência que permita não mexer nas aplicações em um momento de necessidade. Em alguns casos, vender seu título antes do tempo pode te fazer perder dinheiro.