O que são BDRs?
As novas regras para a negociação de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) passam a valer a partir desta quinta-feira (22): agora, todos os investidores podem investir, por meio da modalidade, em empresas estrangeiras e brasileiras listadas no exterior.
Antes, os títulos de nível 1, os chamados de não patrocinados, podiam ser adquiridos apenas por investidores qualificados, aqueles que possuem o mínimo de R$ 1 milhão em aplicações.
Desde a última segunda-feira (19), há 671 opções de BDRs na B3. São companhias de diversos países e setores, que podem apresentar opções de diversificação para investidores: de gigantes como Coca-Cola e Disney até a farmacêutica AstraZeneca, que ganhou as manchetes na corrida pela vacina contra o novo coronavírus.
Além da exposição geográfica diferenciada, com empresas expostas a diferentes cenários econômicos, há também a variação nos setores. Com BDRs, é possível investir na área de tecnologia e inteligência artificial, por exemplo, que ainda não tem representantes brasileiros na bolsa.
Desta forma, investidores brasileiros têm os mesmos direitos que acionistas que adquiriram seus papéis por meio dos índices estrangeiros. Os títulos são conversíveis em ações, mas há diferença no pagamento de dividendos: nesse caso, há desconto de impostos e taxas do valor. Assim, o valor líquido gira em torno de 65% dos dividendos.
Vale a pena investir em BDRs?
Com o mercado brasileiro se sofisticando em meio à grande entrada de investidores na renda variável, investir em BDRs significa ter mais uma ferramenta à disposição da diversificação da carteira. A exposição a uma moeda forte, como o dólar, no entanto, pode aumentar o preço para o investidor local, que compra em real.
Por enquanto, esse tipo de título ainda apresenta liquidez baixa no mercado brasileiro — o que pode mudar com as novas medidas que começam a valer. Além disso, é importante lembrar que não há isenção de imposto para BDRs. Ao vender ações no exterior, seja via papéis ou ETFs (Exchange Trade Funds) com ganhos de menos de R$ 35 mil, essa isenção é válida.