Ibovespa e Ifix: os principais destaques do primeiro semestre de 2022
O aperto monetário da primeira metade de 2022 afetou a economia mundial e trouxe desafios para governos de diversos países.
No Brasil, o Ibovespa, o principal índice da B3, a bolsa brasileira, teve um desempenho negativo no primeiro semestre, com queda de 6% em meio a um cenário de aversão ao risco. Já o Ifix — índice que mede o desempenho dos fundos de investimentos imobiliários — também apresentou resultados negativos, com perdas de 0,31% no semestre.
Neste artigo, vamos analisar os principais destaques do Ibovespa e do Ifix no primeiro semestre deste ano.
O que influenciou o Ibovespa e o Ifix no primeiro semestre do ano
No primeiro semestre de 2022, os mercados mundiais enfrentam muitos ventos contrários, vindos de um aumento persistente da inflação acompanhados de choques na cadeia de produção. Como consequência, os principais bancos centrais passaram a adotar uma postura mais dura em relação à política monetária.
Nesse sentido, muitos deles elevaram a taxa de juros básica da economia. O Federal Reserve, por exemplo, subiu as taxas de juros em 0,75%, o maior aumento desde 1994, que foi de 1,5% a 1,75%. No Brasil, a taxa Selic atingiu a casa de 13,25%, a maior dos últimos cinco anos.
Com a economia passando apuros, as empresas têm apresentado resultados ruins e, consequentemente, os investidores estão menos confiantes na bolsa de valores.
O avanço da taxa Selic é outro fator que tem contribuído para o desinteresse dos investidores pela renda variável.
Com os juros em níveis historicamente altos, investir em renda fixa por conta da rentabilidade garantida associada a baixa volatilidade tornou-se opção para muitos acionistas. Nesse sentido, investidores buscam na renda fixa um porto seguro em um momento de maior turbulência nos mercados.
Por fim, vale destacar que o cenário econômico negativo do primeiro semestre de 2022 se refletiu principalmente no varejo. As varejistas são as que mais sofrem em um contexto de juros e inflação altos.
Além de arcar com aumento dos custos dos empréstimos e financiamentos, essas companhias precisam lidar com a queda na demanda dos consumidores.
Melhores e piores ativos do Ibovespa e Ifix
Como dito anteriormente, tanto o Ibovespa quanto o Ifix tiveram um desempenho negativo no primeiro semestre deste ano. Na liderança das ações com pior desempenho está a Magazine Luiza (MGLU3), que despencou 67%.
Já entre os Fundos Imobiliários, o RBR Properties (RBRP11), do segmento de lajes corporativas, foi um dos que mais sofreram com as restrições impostas pela pandemia da Covid-19.
Nos últimos seis meses, o fundo recuou cerca de 23%.
No entanto, nem todos os ativos listados na bolsa brasileira tiveram desempenho negativo. Alguns fundos imobiliários e ações se destacaram positivamente nos primeiros seis meses do ano.
Prova disso são as ações da Cielo, que avançaram mais de 65%, e do FII Brazilian Graveyard and Death Care (CARE11), com alta de 50,18%.
Confira a seguir os principais destaques do Ibovespa e do Ifix no primeiro semestre de 2022:
Pior desempenho no semestre (Ibovespa):
- Magazine Luiza (MGLU3): – 67,73%
- Méliuz (CASH3): – 66,36%
- Via (VIIA3): – 63,4%
- Locaweb (LWSA3): – 57,3%
- Americanas (AMER3): – 56%
Melhor desempenho no semestre (Ibovespa):
- Cielo (CIEL3): 65,13%
- Eletrobras (ELET6): 46,83%
- Eletrobras (ELET3): 40,20%
- Hypera (HYPE): 36%
- BB Seguridade (BBSE3): 29%
Pior desempenho no semestre (IFIX):
- RBR Properties (RBRP11): – 23,72%
- XP Properties (XPPR11): – 21,94%
- Vinci Offices (VINO11): – 18,74%
- XP Industrial (XPIN11): – 18,60%
- REC Renda Imobiliária (RECT11): – 18,09%
Melhor desempenho no semestre (IFIX):
- Brazilian Graveyard and Death Care (CARE11): 50,18%
- NCH High Yield (NCHB11): 15,05%
- Ourinvest JPP (OUJP11): 13,62%
- Riza Arctium Real Estate (ARCT11): 13,57%
- Campus Faria Lima (FCFL11): 13,22%