PIB tem queda histórica e tomba 9,7% no 2º trimestre
O PIB (Produto Interno Bruto) do 2º trimestre foi divulgado na manhã desta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O tombo histórico veio dentro do esperado, com queda de 9,7% na atividade econômica brasileira no período, em comparação com o trimestre anterior.
Os setores mais afetados foram os da indústria, com queda de 12,3%, e o de serviços, que caiu 9,7%. Já a agropecuária teve variação positiva de 0,4%. As exportações de bens e serviços também cresceram 1,8% na comparação trimestral.
Na comparação com o mesmo período no ano passado, o PIB do 2º trimestre caiu 11,4%, a maior queda registrada na série histórica. Nos últimos quatro trimestres, o indicador acumula contração de 2,2%, quando comparado ao mesmo período imediatamente anterior.
Além da paralisação de muitas atividades, considerando o isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, também influenciou no resultado do período o auxílio-emergencial. O benefício do governo, que vem sendo pago desde abril, destina R$ 600 mensais para desempregados e trabalhadores informais.
A redução da Selic, taxa básica de juros, pelo Banco Central, também ajudou a estimular a economia durante a crise. Além dos efeitos no mercado de crédito durante o primeiro semestre, os efeitos da política monetária devem perdurar aparecer na atividade econômica do terceiro e quarto trimestre.
Para onde vai o PIB?
Com os resultados negativos nos dois primeiros trimestres, o Brasil entrou em recessão técnica. Isso ainda não significa que o país entrou em recessão econômica, um período de depressão da atividade econômica mais prolongado. No entanto, com o ano duramente afetado pela pandemia, o ritmo da recuperação ainda é incerto.
No primeiro trimestre, o recuo foi de 1,5%. Para o PIB de 2020, a projeção do mercado é de queda de 5,28%, segundo compilação do boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (31) pelo Banco Central. Para 2021, a estimativa é de alta de 3,50%. Em 2022 e 2023, os economistas esperam crescimento de 2,50%.