O mercado financeiro oferece grandes oportunidades para lucrar, mas o risco é uma constante da qual não se pode fugir. Em geral, operações e ativos que expõem o investidor a maiores chances de prejuízos também são aqueles que possibilitam os maiores retornos. É nesse terreno que atuam os chamados especuladores, investidores que realizam aportes com o objetivo de lucrar o máximo possível em curto prazo. Os day traders, por exemplo, podem ser considerados especuladores do mercado de capitais. Porém, o termo vai muito além. Confira.

Vai subir? Eu compro! Se cair, eu vendo!

Comprar ativos com um determinado valor com o objetivo de vendê-lo por um preço superior é a base de qualquer investimento. Mas há uma diferença: se você compra ações do Magazine Luiza (MGLU3) porque acredita que é uma empresa sólida, com uma boa governança e práticas de mercado, que tem tudo para crescer ao longo dos anos, e você quer fazer parte dessa história como um sócio, então nem a queda de 70% que o valor das ações sofreu em 2021 fará você se desfazer dos papéis da empresa. O olhar desse tipo de investidor está no longo prazo, então há espaço não só para recuperação, mas para muito crescimento. 

No caso de um especulador, baseado nos últimos movimentos do gráfico de preço das ações, ele tentaria prever se as ações da Magalu subiriam ou cairiam nas próximas horas. Assim, ele decidiria se valeria a pena comprar os papéis da empresa ou, caso percebesse potencial para queda no valor, se a melhor estratégia seria operar vendido e ganhar com a sua desvalorização. Para um especulador, não importam os aspectos gerenciais ou conjunturais que cercam a empresa (muitas vezes, nem mesmo qual é a empresa). As decisões são tomadas, em sua maioria, por meio de leitura de gráficos, a chamada “análise técnica”. Além de ações, especuladores também aplicam em outros ativos de risco, como contratos futuros de câmbio (dólar) ou de commodities, como aço, milho e soja.

Mas especulação é aposta? Não. Apesar de a análise técnica não trazer resultados 100% garantidos, muitos profissionais conseguem excelentes resultados. Porém, o risco é alto, principalmente quando associado à alavancagem financeira — utilizar recursos “emprestados” da corretora para multiplicar o valor investido utilizando o dinheiro depositado como garantia (leia mais neste texto), operação que muitos especuladores realizam para potencializar seus ganhos.

Bolhas especulativas

Já ouviu falar no termo “seguir a manada”? No mercado de capitais, muitas vezes pode acontecer esse fenômeno. Um especulador acredita que naquele dia uma ação deve se valorizar, então compra um grande lote de papéis da empresa. O volume da negociação já faz a ação valorizar um pouco. Outros especuladores, então, enxergam aí uma tendência de alta e também compram, inflando ainda mais o valor do ativo. Quando muitos fazem o mesmo, o valor da ação pode ficar muito “descolado” do seu valor real, isto é, quanto os papéis da empresa efetivamente valem. A esse fenômeno se dá o nome de “bolha”, isso porque é um valor que cresce, cresce e cresce até estourar, trazendo grandes prejuízos para quem investiu com o preço lá em cima. 

Por isso, principalmente para quem está iniciando na renda variável, o recomendado é ter pensamento de longo prazo e investir em papéis de empresas sólidas e cujo valor seja coerente com seus resultados. Confira neste texto 5 indicadores para prestar atenção antes de comprar uma ação!

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