O melhor momento para pensar na aposentadoria é agora; veja como investir em todas as idades
Apenas 9% dos investidores brasileiros têm a aposentadoria como um objetivo de suas aplicações financeiras. O dado, presente no Raio X do Investidor 2020, divulgado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais) em julho do ano passado, mostra que a maior parte da população se apoia apenas na previdência pública para garantir seu futuro financeiro.
Para aqueles que não querem contar exclusivamente com o INSS (Instituto Nacional da Seguridade Social) para garantir um futuro mais tranquilo, há opções de previdência privada adequadas para todos os níveis de renda e para diferentes faixas etárias.
Engana-se quem pensa que existe uma idade mínima para começar a planejar aposentadoria. Na realidade, quem inicia cedo os investimentos pode construir um “pé de meia” maior e com aplicações mensais menores. Porém, não importa se você tem 20, 30 ou 40 anos: o mais importante é disciplina e planejamento de longo prazo. Confira algumas dicas e comece agora mesmo a cuidar do seu futuro!
Como investir?
Não existe uma “receita de bolo” ideal para aposentadoria. As aplicações mais adequadas dependem, entre outros fatores, da idade atual do indivíduo e de quando ele planeja deixar o mercado de trabalho.
Há, no entanto, certas estratégias para guiar a alocação dos recursos. A ”Regra dos 100”, por exemplo, foi desenvolvida nos Estados Unidos e usa o numeral como parâmetro para os anos de vida de uma pessoa na hora de definir o percentual que será alocado na renda fixa e renda variável.
Para fazer a conta, basta subtrair a idade atual do número 100. O resultado da operação é o percentual que deverá corresponder à renda variável. Ao aplicar a regra para um investidor de 30 anos, por exemplo, a fórmula indicaria uma carteira com 70% das aplicações no mercado acionário.
Contudo, a regra de 100 não considera um aspecto essencial na hora de montar um portfólio: o perfil do investidor. Saber se o indivíduo é conservador, moderado ou agressivo define sua tolerância ao risco e ajuda na escolha dos produtos financeiros mais adequados. Confira neste texto como descobrir qual perfil combina com você!
Proteja seu patrimônio
Outro princípio básico dos investimentos é a diversificação. Colocar todo o dinheiro em um único produto não é a melhor opção para garantir rentabilidades superiores, então é preciso dividir a carteira entre categorias diferentes de investimentos.
Para quem investe com foco na longevidade, é importante garantir que a aplicação terá rendimentos acima da inflação. Caso contrário, o dinheiro investido perderá seu poder de compra ao longo dos anos.
Uma opção que atende a esse objetivo é o Tesouro IPCA+, um título público emitido pelo Tesouro Nacional e indexado ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação no Brasil.
O título remunera os investidores de acordo com a variação da inflação mais uma taxa de juros prefixada. Nesse caso, quanto mais distante o vencimento, maior é a rentabilidade do investimento. O Tesouro IPCA+ 2055, por exemplo, rende o IPCA + 3,98%, enquanto o IPCA+ 2045 remunera o IPCA + 3,64%.
Alternativa famosa para aposentadoria
Uma das opções mais conhecidas para quem investe com foco na aposentadoria é a previdência privada. Os fundos de investimento previdenciários, que, após mudanças regulatórias, podem ter até 70% dos recursos alocados em renda variável, potencializam os rendimentos no longo prazo.
Essa classe de fundos se divide em dois tipos, de acordo com a regra de tributação: VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). No primeiro, o Imposto de Renda (IR) incide sobre os rendimentos; já no PGBL a tributação é sobre todo o patrimônio acumulado no fundo, porém é possível deduzir até 12% da renda tributável anualmente.
Uma das vantagens dos fundos previdenciários é a ausência do “come-cotas” — a antecipação no recolhimento do IR que ocorre em alguns fundos. Além disso, para quem pensa em deixar o valor para herdeiros, o dinheiro é liberado rapidamente para os familiares, pois não entra no inventário.