Haverá boas oportunidades com IPOs em 2022?
Os últimos tempos foram de crescimento no que diz respeito às ofertas públicas iniciais na bolsa de valores brasileira e, nos sete primeiros meses de 2021, a B3 bateu recorde de IPOs. Um levantamento da Economatica Brasil, apontou que 41 empresas abriram capital na bolsa brasileira neste período. Um volume sete vezes maior do que a mediana observada nos últimos cinco anos.
Mas a animação diminuiu nos últimos meses. O atual cenário econômico e as incertezas esperadas para o mercado no ano que vem fizeram com que muitas empresas colocassem o pé no freio. No dia 20 de dezembro, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) tinha 30 empresas na lista de análise para IPO. Porém, 18 delas interromperam o processo.
Renda variável em queda geral
Olhar para o Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na B3, ajuda a entender esse movimento. Nos últimos quatro meses, o índice caiu 17%, acelerando as perdas a partir de setembro. O cenário doméstico, com juros e inflação nas alturas, foi o principal motivo para esse desempenho ruim.
E o ano que vem não dá sinais de que será melhor. O último Boletim Focus, divulgado no dia 20, projeta que o IPCA passará de 5,02% para 5,03% – considerado o centro da meta de 3,50% no ano que vem. Quanto ao PIB, foi mantida a projeção de crescimento em 0,50% e as projeções para a Taxa Selic foram mantidas em 11,50%. Tudo isso sem falar nos ruídos políticos de um ano eleitoral.
A partir dessa conjuntura, o mercado já espera que a “euforia” em torno dos IPOs desacelere e 2022 seja um ano bem diferente dos últimos. Porém, há alguns grandes players muito esperados para os pregões do ano que vem.
Quem está na fila?
Uma das mais aguardadas para chegar à bolsa é a CSN Cimentos. A empresa ensaiou um pedido em maio deste ano, mas voltou atrás em julho e segue “em análise” no sistema da CVM. Um fato novo que pode influenciar é o fato de a empresa ter comprado a Lafarge Holcim por US$ 1,025 bilhão, se tornando uma das três maiores produtoras de cimento do país.
Outra ligada ao mercado de construção que pode dar as caras na B3 no próximo ano é a Tambasa. A atacadista, que também comercializa peças automotivas e itens para agropecuária, protocolou seu pedido recentemente (em dezembro) e há algum tempo está no radar dos investidores, mostrando sucessivos crescimentos do faturamento nos últimos anos, sempre na ordem de 20%.
A Coty também é uma aposta do mercado para 2022. A companhia, dona de marcas como Risqué, Monange, Bozzano e Cenoura & Bronze fez pedido em agosto à CVM, mas suspendeu no mês passado. Segundo a empresa, estão aguardando “momentos mais favoráveis” e só deve voltar ao assunto após fevereiro.
Vale a pena investir em IPOs?
Como se tratam de empresas novas nos pregões, não há nenhuma garantia de que elas se valorizarão com a entrada na bolsa. Até o momento, inclusive, mais de 70% das empresas que fizeram IPO em 2021 apresentaram prejuízo, segundo levantamento da Economática. A Dotz (DOTZ3), por exemplo, chegou a acumular perdas de 77%.
Por isso, é importante fazer uma análise dos setores e dos resultados apresentados pela empresa nos últimos anos. Quer saber quando vale a pena entrar em um IPO? Então confira neste texto!
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