A taxa Selic serve como base de todos os juros, interferindo desde os cálculos para financiamentos, poupanças, empréstimos e aplicações financeiras. Ou seja, se a Selic subir, as taxas de juros sobem. Caso diminua, todos os preços caem com ela. 

O principal objetivo da taxa é de manter a estabilidade econômica e evitar rupturas nos preços. Em consequência, a Selic a 13,75% pode tornar as carteiras de renda fixa mais atrativas. 

Além de impactar as atribuições em ativos da renda fixa, saiba como a taxa também pode impactar os FIIs (Fundos Imobiliários).

O que são Fundos Imobiliários?

Os FIIs (Fundos Imobiliários) funcionam como alternativa para gerar renda por meio de locação, arrendamento, venda ou outras negociações ligadas ao setor imobiliário.

Implementado pelo governo por meio da Lei nº 8.668 de 1993 e negociado na B3, esse tipo de investimento costuma apresentar vantagens para aplicações no ramo imobiliário.

Nos Fundos Imobiliários, não há necessidade de se preocupar com escrituras, reformas, documentos e outras burocracias — diferentemente do processo de compra de casa.

Os FIIs também são isentos de imposto de renda (IR) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Esses benefícios se aplicam a cotistas pessoas físicas, cujo valor seja inferior a 10% da cota total. 

Outro fator que pode atrair investidores a esse fundo são os valores mínimos para aplicações financeiras. Se para um imóvel é necessário desembolsar um montante que pode atingir seis dígitos, é possível investir em um FII a partir de R$ 100.

Como investir nesses fundos?

Para investir em FIIs, é necessário ter conta em alguma corretora ou em um banco. Entretanto, vale enfatizar que a instituição escolhida realizará a intermediação das negociações da sua aplicação com a bolsa de valores.

Existem quatro categorias os Fundos Imobiliários. São eles: fundos de tijolo, papel, desenvolvimento e híbridos. Veja, a seguir, a característica de cada um deles.

• Tijolo: Esses tipos de fundos se beneficiam a partir da locação de imóveis, como hotéis, shoppings, hospitais e etc. 
• Papel: A categoria de Fundos Imobiliários de papel se aplicam a ativos financeiros no mercado, como o LCI  (Letras de Crédito Imobiliário) e CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários). 
• Desenvolvimento: Os investimentos em desenvolvimentos em estão relacionados à construção de imóveis.
• Híbridos: Essa aplicação combina diversos tipos de ativos atrelados ao ramo imobiliário.

Além disso, o investidor que realizar aplicações financeiras em algum tipo de FII consegue participar da oferta pública inicial (IPO). 

Em segundo lugar, também fica disponível o acesso ao mercado secundário do fundo, o que é mais comum para qualquer tipo de negociação de ações. 

Afinal, como a taxa Selic impacta nos FIIs?

A última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), no dia 3 de agosto, definiu a taxa Selic em 13,75%, um aumento de 0,5%. Dessa forma pode ser vantajoso, para alguns investidores, ajustarem suas carteiras e realizarem aplicações financeiras em ativos de renda fixa.

De acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), os fundos de renda fixa se destacaram no primeiro semestre de 2022, somando R$ 88,8 bilhões de captação líquida. 

Apesar de beneficiar os investimentos atrelados à renda fixa, a Selic impacta diretamente no mercado de fundos imobiliários, beneficiando alguns e prejudicando outros. 

Por exemplo, os fundos de tijolo, que se beneficiam a partir da locação de imóveis, acabam perdendo a propensão para aplicações de ativos em renda fixa.

Em contrapartida, os fundos de papel podem tirar bom proveito da Selic a 13,75%. Os recursos desse fundo são utilizados para recebíveis ligados ao ramo imobiliário, que funcionam como títulos de renda fixa para o setor, como LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários).

Ou seja, quanto maior estiver a taxa, maior será o faturamento desses fundos, que se apóia a partir dos dividendos do fundo imobiliário de papel.

Dessa maneira, fica claro o impacto da Selic nos Fundos Imobiliários. Por fim, cabe a cada investidor decidir qual a melhor maneira de investir seu capital. O importante é diversificar cada vez mais sua carteira para atrair novas fontes de renda.

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