Vale a pena investir no exterior com o dólar abaixo de R$ 5?
Com as quedas recentes do dólar, que hoje está cotado em cerca de R$ 4,94, será que esse um cenário como esse é bom ou ruim para quem pensa em dolarizar uma parte da carteira? Entre os investimentos atrelados à moeda americana podemos encontrar fundos internacionais, fundos cambiais, ETFs, BDRs e COI. Mas será que eles ainda estão valendo a pena?
Investimentos em moedas internacionais, como o dólar e o euro, fazem parte do portfólio do investidor que busca fugir da volatilidade da economia brasileira, aplicando parte da sua carteira em ativos atrelados em moedas fortes e mais estáveis.
A principal preocupação dos investidores ocorre pelo cenário de grande volatilidade em que o Brasil está inserido, com problemas políticos e fiscais. Porém, o cenário internacional está ainda mais conturbado com a invasão da Ucrânia pela Rússia, gerando alta dos preços principalmente para os barris de petróleo, principal commodity exportada pelo país.
Vale a pena investir em dólar agora?
Segundo especialistas do mercado, para quem é investidor e tem pensamento de longo prazo, diversificar a carteira é sempre muito importante. E os ativos internacionais devem ter seu lugar na carteira. É claro que adquirir papéis ou títulos relacionados a uma moeda que tem expectativa de se valorizar no futuro é interessante, mas esse não deve ser o principal norte do investidor.
Por isso, por mais arrojado que seja o investidor não é recomendável aplicar mais do que 15% da sua carteira em ativos dolarizados.
Quer saber mais sobre como diversificar a sua carteira? Então leia este texto!
Quais são os principais investimentos atrelados ao dólar?
Fundos Internacionais
Os fundos de investimentos são modalidades coletivas em que você compra cotas, enquanto um gestor profissional administra os recursos. Eles podem ser de diferentes tipos e estratégias, sendo que alguns são atrelados a outros países.
Nesse caso, você pode investir em fundos que se expõem a ativos estrangeiros e moedas. É possível encontrar essa alternativa, por exemplo, entre fundos multimercados e de ações. Nesse caso, parte dos ativos pode ser atrelada a bolsas estrangeiras.
Também existem alternativas de fundos internacionais — que focam, de fato, em outros países. Neles, o percentual de exposição costuma ser maior. No entanto, por envolver maiores riscos, muitos só estão abertos para profissionais certificados do mercado ou investidores com grande capital.
Fundos Cambiais
Os fundos cambiais investem com foco em moedas e derivativos que acompanham as movimentações do câmbio. Dessa forma, os resultados obtidos pelo investidor dependem da performance da moeda no mercado internacional.
É importante destacar que os fundos cambiais não colocam recursos em determinados investimentos que geram rentabilidade (como as ações). O foco está nas moedas. Logo, podem ser usados para proteção (hedge) contra as oscilações ou para ter ganhos com valorização delas.
ETFs
Os ETFs (exchange traded funds) ou fundos de índice tem como objetivo replicar determinado índice de referência — seja de renda fixa ou variável. Para tanto, ele espelha a carteira teórica de ativos do indicador econômico escolhido.
Se o seu objetivo é uma opção atrelada a uma moeda internacional, você deve pesquisar ETFs que replicam índices relacionados a ela.
Em relação ao dólar, uma possibilidade são os fundos que replicam o S&P500, por exemplo. Ele é o principal indicador do mercado dos Estados Unidos, reunindo ações das 500 empresas mais negociadas na NYSE e na NASDAQ.
BDRs
Os BDRs (brazilian depositary receipts), ou certificados de depósitos brasileiros são uma forma de se expor a ativos do exterior. É possível encontrar ações de empresas de outros países ou, até mesmo, companhias brasileiras que fizeram a abertura de capital no exterior.
Sendo assim, é possível ter ganho com o investimento e também com a variação do câmbio. Aqui, é preciso frisar que você não investe diretamente nos ativos internacionais, mas sim em certificados atrelados a eles. Eles são negociados na B3 (B3SA3), sem a necessidade de ter contas no exterior e converter a moeda.
COE
O COE é o certificado de operações estruturadas, que é um investimento que combina diferentes características de renda fixa e variável. Assim, é possível que ele tenha opções atreladas às moedas estrangeiras em sua composição.
Eles são montados por uma instituição financeira e disponibilizados aos seus clientes. Um dos benefícios é que ele pode ser desenvolvido com combinações que também auxiliem no manejo de riscos. Assim, vale conhecer as opções e ver se elas se adéquam aos seus objetivos.
Projeção do Banco Central para o dólar em 2022
O Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem (21) pelo Banco Central (BC), fez alterações para a moeda norte-americana no ano de 2022. A mediana das expectativas para o câmbio no ano que vem passou de R$ 5,50 para R$ 5,30. Ou seja, apesar do recente cenário de baixa, segundo as 100 instituições financeiras consultadas pela autoridade monetária, a tendência para o dólar neste ano ainda é de alta.
Importância do dólar para o mercado
A importância do dólar para o mercado financeiro e internacional pode ser explicada pelo fato de que o dólar é padrão internacional de negociações, é fácil de ser trocado pela maioria das moedas nacionais e é confiável, ou seja, perde pouco valor ao longo do tempo. Além disso, o fato de os Estados Unidos serem a maior e mais sólida economia do mundo atualmente torna sua moeda igualmente forte.
O euro ou a libra, por exemplo, são moedas bem valorizadas, mas não apresentam a mesma segurança e, por isso, a maioria dos países possui suas “poupanças”, as chamadas reservas monetárias, em dólar.
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