Vendas no varejo são divulgadas hoje. Como ler o indicador?
O volume de vendas no varejo cresceu 0,6% no mês de setembro, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quarta-feira (11). O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava crescimento de 3,1%. Na última publicação, para o mês de agosto, o indicador havia indicado alta de 3,4%.
Foi o quinto mês de alta das vendas no setor no país. Em abril, no auge da pandemia, o indicador despencou 16,8%. Em março, com a chegada do coronavírus no Brasil e o consequente isolamento social, o varejo teve de fechar as portas e se adaptar canais de venda para o e-commerce, por exemplo.
A pesquisa do IBGE inclui oito atividades: tecidos, vestuário e calçados, artigos de uso pessoal e doméstico, móveis e eletrodomésticos, equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, combustíveis e lubrificantes, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos e livros, jornais, revistas e papelaria. Já o comércio varejista ampliado conta com atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção.
A Pesquisa Mensal de Comércio começou em janeiro de 1995 e têm abrangência nacional. Para gerar os dados, o IBGE investiga a receita bruta de revenda nas empresas formais. A partir dos indicadores, é possível acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista.
Varejo na pandemia
Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) de agosto, o varejo teve prejuízo de R$ 279 bilhões no acumulado anual. Em datas comemorativas, tradicionalmente importantes para o desempenho do setor, o baque também foi intenso: no Dia das Mães, as vendas caíram 32%.
E poderia ter sido pior. A avaliação é de que o programa de auxílio emergencial, pago para famílias de menor renda desde o começo da pandemia, ao ajudar na manutenção de renda, também sustentou os números dos varejistas. Agora a preocupação é do fim do benefício, previsto para o fim do ano.
Mas nem tudo é desespero. O comércio eletrônico, que se provou tão importante no isolamento social, pode ser uma via importante para a recuperação do setor. Segundo dados da Receita Federal, no último mês de junho, as vendas pela internet cresceram 70%.