Para quem decide começar a investir, o mercado financeiro parece um mundo misterioso. Conceitos, jargões, gráficos e siglas fazem parte da realidade de quem investe e isso é ainda mais presente na renda variável, como o mercado de ações. O ticker é um desses mistérios.

Ao entrar no site da B3, a bolsa de valores brasileira, na página de acompanhamento das cotações, é difícil um iniciante não se sentir intimidado: o gráfico mostra, em tempo “quase real” (com atraso de 15 minutos), a evolução das negociações e a pontuação do Ibovespa (principal índice da bolsa). Também há informações diversas, como os papéis mais negociados, além das maiores altas e baixas. Porém, para quem não tem intimidade com os “tickers”, a sequência de letras e números que identificam os títulos negociados, fica difícil saber qual é a empresa e o tipo de papel que ela está negociando.

Esse código que nomeia as ações e outros títulos da B3 se chama “ticker”, e para investir é importante conhecer as suas funções. Importante lembrar que esse sistema é utilizado nas bolsas do mundo inteiro, porém, existem diferenças em cada país. Aqui vamos explicar como funciona no Brasil.

Qual é a função do ticker?

Principalmente para os traders, que emitem diversas ordens de compra e venda – muitas vezes no mesmo dia – pelo sistema de home broker, é necessário contar com um sistema que simplifique as informações básicas sobre os papéis que estão em negociação. Com o ticker de uma ação, esses dados ficam evidentes e com poucos cliques é possível conseguir as principais informações de rentabilidade e gráficos. Além disso, também é facilitada a visualização da valorização ou depreciação de um papel em tempo real durante o pregão, algo comum na bolsa e que orienta as decisões de compra e venda dos investidores.

Como são formados os nomes das ações?

Os tickers são formados a partir de uma combinação de letras e números. A Petrobras, por exemplo, está listada sob o código PETR4. Mas o que esse código informa aos investidores?

As quatro primeiras letras são uma abreviação do nome da empresa. Na sequência, os números sugerem qual tipo de título ela negocia. Se o número que compõe o ticker é “3”, isso significa que são ações preferenciais –que têm preferência para receber os dividendos. As que levam o código “4”, por sua vez, são ações ordinárias, que dão direito a voto nas assembleias de acionistas. Já o número “11” é reservado para ativos que mesclam papéis ordinários e preferenciais, como fundos de investimento.

Além disso, ações que podem ser fracionadas – fora do lote padrão de 100 ações, que é o mais comum de ser negociado na bolsa – recebem a letra F depois do número.

Caso, hipoteticamente, esse fosse o caso da Petrobras, seu código ficaria: PETR4F

Variações do ticker de acordo com o título

Além das ações, outros títulos negociados na B3 também têm letras e números próprios. Quem investe no mercado de opções, por exemplo, obtém a partir do ticker as informações de nome da empresa, vencimento da opção e qual é o preço de exercício (valor pelo qual poderá ser negociado pelo detentor da opção quando a data chegar).

Também no caso da Petrobras, caso o título tenha vencimento para maio, quando o investidor poderá exercer o direito de compra por R$ 40, o ticker será PETRE40.

Há tickers ainda para mercados futuros (para investir em commodities, por exemplo), mercado de balcão e câmbio.

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