Primeiros passos na educação financeira: nunca investi, como começar?
Apesar de o mercado de capitais crescer todos os anos, a cultura de educação financeira dos brasileiros ainda deixa a desejar. Segundo dados da B3, a bolsa de valores brasileira, o número de contas ativas de pessoas físicas chegou a 3,2 milhões no final de 2020. O valor é expressivo quando comparado com 2019 – aumento de 92% -, mas ainda muito baixo em relação aos mais de 212 milhões de brasileiros calculados pela projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2021.
Além de poucos investidores, também não somos bons poupadores. Uma pesquisa realizada em dezembro de 2020 pela fintech Acordo Certo – especializada em negociação de dívidas -, revelou que 73% dos brasileiros não guardam dinheiro e 40% responderam que gastam mais do que ganham. Apoiada em dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), do governo federal, a pesquisa também incluiu outro dado alarmante: mais da metade da população está endividada.
Se você faz parte desse grupo e quer controlar sua vida financeira, poupar dinheiro e investir para crescer seu patrimônio, confira algumas dicas de como mudar essa realidade!
Antes de tudo: organize a sua vida financeira
Você com certeza sabe quanto ganha por mês (amado quinto dia útil), mas sabe quanto gasta?
Entender como funciona o seu “fluxo de caixa” mensal é essencial para começar a sua vida como poupador e investidor. Divida a sua renda entre gastos essenciais, como aluguel, contas do lar, celular, parcelas de financiamento e dívidas; e supérfluos, como a pizza do final de semana ou o happy hour depois do trabalho.
Para te ajudar a fazer esse planejamento existem diversas ferramentas. Neste texto falamos sobre cinco aplicativos que você pode ter no seu celular para começar a ter uma vida financeira mais saudável.
Uma dica importante: considere, ao fazer esse planejamento, seguir o mandamento número um dos mais ricos, que é “pague a si mesmo antes”. Ou seja: quando receber o salário, já separe o quanto vai poupar. Para entender melhor esse conceito, leia este texto!
Gaste menos
Organizar seus gastos é o passo número um, mas há outro tão importante quanto: evitar gastar sem necessidade. Pequenas compras do dia a dia se transformam em centenas de reais gastos no final do mês. Se você é uma pessoa que compra por impulso, que tal deixar o cartão de crédito em casa e andar com pouco dinheiro?
Segundo levantamento do Serasa Experian, realizado em abril de 2020, gastos com cartão de crédito representam, na média, 29% dos gastos mensais dos brasileiros. Entre o grupo de renda mais baixa, o percentual do salário comprometido com a fatura é ainda maior. Consumidores que têm renda em torno de R$ 1 mil por mês, por exemplo, tiveram em média R$ 524 em gastos mensais com cartão de crédito. Ou seja: mais de 50% do salário. Segundo especialistas, o grande erro é ver o cartão de crédito como “extensão da renda”, isto é, como se fosse um dinheiro a mais que a pessoa tem para gastar por mês. Porém, isso está longe da realidade e as pessoas só descobrem isso quando chega a fatura.
Por isso, a taxa de inadimplência de cartão de crédito é enorme. Só em abril do ano passado, ainda segundo o levantamento do Serasa, 13% das pessoas pagaram a fatura dos seus cartões com atraso e 3,6% pagaram apenas o mínimo (chamado de “rotativo”). Em um país onde os juros com o crédito rotativo chegaram a 326% ao ano em 2020, o descontrole com o cartão de crédito pode levar à ruína financeira.
Depois de colocar os gastos em ordem, o próximo passo é se preparar para o futuro!
Faça uma reserva financeira de emergência
Segundo o Ipea, o Brasil tem atualmente 14,6 milhões de desempregados, um crescimento de 16% em relação a 2020. É muito difícil prever se algo assim acontecerá com a gente; por isso é importante criar a chamada reserva de emergência enquanto estamos ativos no mercado de trabalho.
Especialistas recomendam que a reserva seja igual a seis vezes o valor dos seus gastos essenciais. Ou seja: se você gasta R$ 1 mil por mês com suas contas mais importantes, precisa ter disponíveis ao menos R$ 6 mil guardados em investimentos que tenham liquidez e possam ser resgatados imediatamente. O objetivo é ter um “colchão” que te permita procurar uma nova oportunidade profissional sem entrar em dívidas ou resgatar investimentos realizados com foco no longo prazo (e que podem até trazer prejuízo se forem resgatados antes).
Para saber como montar a sua reserva financeira, neste texto trazemos informações completas e dicas. Confira!
As contas estão em dia? As dívidas quitadas? Tem uma reserva para os dias difíceis? Com a vida financeira em ordem, é hora de investir!
Descubra seu perfil de investidor
Quais são seus objetivos e sonhos? Em quanto tempo gostaria de realizá-los? Qual é a sua tolerância a riscos? Essas são perguntas que toda pessoa tem que se fazer ao iniciar nos investimentos. A terceira é uma das mais importantes, pois define qual é o seu perfil de investidor.
O que é perfil de investidor? Em linhas gerais, ele é a base para a montagem da sua carteira de investimentos, isto é, o conjunto de ativos nos quais você aplicará o seu patrimônio para obter rentabilidade. Perfis mais conservadores procuram investir a maior parte do seu dinheiro em oportunidades menos arriscadas, como títulos públicos ou de renda fixa, seguindo uma estratégia de investimento mais “defensiva”, protegendo-se da inflação e crescendo aos poucos.
Os mais arrojados, por outro lado, aceitam se expor a maiores riscos de perdas em nome de rentabilidade mais atrativa. Eles também colocam grande parte do seu patrimônio em ativos de renda fixa, mas deixam um espaço maior nos seus portfólios para operações com ações, câmbio ou até investimentos mais alternativos, como criptomoedas.
É importante, porém, não confundir perfil de investidor com ilusão: por mais “agressivo” que você seja, não ficará rico do dia para a noite. O pensamento deve ser sempre o crescimento em longo prazo, independentemente dos tipos de ativos nos quais você investe.
Neste texto trazemos uma ferramenta que indica, após algumas perguntas, qual é o seu tipo de investidor.
Descobriu o seu perfil? Então agora é só procurar uma corretora de confiança para começar a investir. Não se esqueça de sempre buscar informações e estudar as oportunidades e riscos que cada tipo de ativo representa para fazer as melhores escolhas.
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