Passado o primeiro semestre, qual é a melhor opção para investir: títulos públicos ou privados?
Se você está procurando um investimento seguro e rentável, é natural que fique confuso sobre aplicar em títulos públicos ou privados.
Apesar de ambos oferecerem boas rentabilidades, ainda mais em um cenário de juros altos, algumas diferenças precisam ser pontuadas.
Contudo, muitos especialistas consideram os títulos públicos como uma das melhores opções de investimento. Isso se deve ao fato de que eles são considerados seguros, pois são emitidos pelo Governo Federal.
No entanto, há quem afirme que os títulos privados podem oferecer um retorno mais interessante. Para isso, o investidor precisa estar disposto a assumir um certo nível de risco.
O que são títulos públicos?
Os títulos públicos são aqueles emitidos pelo governo que representam uma forma de financiar a dívida pública, bem como projetos estatais.
Para isso, os investidores “emprestam” dinheiro para o governo, em troca de uma determinada rentabilidade.
Por esse motivo, os títulos públicos são considerados mais seguros do que qualquer outro ativo, pois os investidores confiam na capacidade do governo de honrar as dívidas.
Os rendimentos desses investimentos podem ser pagos periodicamente ou reinvestidos na própria carteira, gerando um efeito de capitalização.
Títulos privados
Os títulos privados são emitidos por empresas ou entidades privadas. Sendo assim, esses investimentos se apresentam sob diversas classificações, como debêntures, LCI, LCA, CRI, CRA, entre outros.
As debêntures são títulos que representam uma dívida da empresa, que capta os recursos para financiar seu crescimento. Já as LCIS e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, respectivamente) têm como objetivo subsidiar o desenvolvimento do setor imobiliário e agrícola.
Por fim, CRI e CRA (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio, respectivamente) são títulos de renda fixa lastreados em operações de crédito ligadas ao setor de imóveis e do agronegócio.
Qual a melhor opção?
A melhor opção depende de diversos fatores, incluindo objetivos financeiros, tolerância a riscos e situação econômica atual.
Ao analisar o contexto econômico, a maioria dos especialistas acreditam que a taxa de juros vai se manter alta para o segundo semestre. Nesse cenário, a renda fixa segue sendo uma boa pedida aos investidores.
Outro fator que sustenta a tese de juros altos é dado pela inflação, que ainda se encontra em níveis elevados. Isso significa que os juros básicos da economia ainda precisarão se manter elevados por algum tempo na tentativa de controlar a inflação.
Alguns títulos públicos não podem ser uma boa alternativa para os investidores que esperam receber um retorno sobre o seu investimento maior do que a inflação.
Foi o que aconteceu no primeiro semestre deste ano, por exemplo, quando alguns títulos públicos prefixados e indexados à inflação tiveram desempenho negativo. Isso aconteceu porque esse tipo de ativo geralmente se desvaloriza quando ocorre uma alta dos juros futuros.
Quando as taxas sobem, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui esses títulos em carteira.
Entretanto, os investidores que compram títulos privados correm mais risco do que aqueles que investem em títulos públicos. Isso porque as empresas que emitem esses papéis têm uma chance maior de default (não conseguir pagar suas obrigações financeiras).
Apesar disso, títulos privados geralmente rendem mais que os títulos públicos. É o caso, por exemplo, de alguns CDBs e debêntures que estão pagando um pouco mais do que os títulos do Tesouro.
Sendo assim, se você estiver procurando um investimento seguro, os títulos públicos, em quase todos os casos, serão a melhor opção. Mas, se você estiver à procura de um investimento com maior potencial de rendimento, os títulos privados podem ser uma boa escolha.
Dessa forma, cabe ao investidor conhecer as informações disponíveis no mercado e escolher aquela que melhor se adequa ao seu perfil de investidor e aos seus objetivos.