O que é necessário para trabalhar no mercado financeiro?
Nos últimos anos, o mercado financeiro brasileiro tem passado por uma fase de amadurecimento. No início deste ano, a B3 — bolsa de valores brasileira — alcançou 5 milhões de contas de investidores em renda variável. O número de CPFs (uma vez que uma pessoa pode ter conta em mais de uma corretora) chegou a 4,2 milhões. O crescimento, em relação a 2020, segundo dados da própria B3, é de 56%.
Muito dessa popularização se explica pelo fenômeno da chegada das corretoras independentes de investimento, gerando a desbancarização; isto é, as pessoas deixaram de investir por meio dos seus bancos e passaram a tomar as rédeas da sua vida financeira, montando suas próprias carteiras com produtos de renda fixa e variável.
Com o crescimento do mercado, o mercado naturalmente vem se expandindo, com a chegada de novas corretoras, casas de análise e escritórios de assessoria de investimentos. Com isso, muitos profissionais também abriram os olhos para oportunidades de trabalho no setor.
É o seu caso? Então confira o que é necessário para buscar um emprego no mercado financeiro.
Atributos além da experiência profissional
É claro que se você tiver um diploma em economia ou experiência em banco, talvez tenha boas chances de já conseguir uma oportunidade. Porém, não é pré-requisito. Muitas empresas do setor estão valorizando mais os atributos e habilidades dos candidatos mais do que experiências anteriores ou diplomas específicos, uma vez que não há nada na legislação que obrigue profissionais que trabalham com investimentos terem uma ou outra graduação. Ou seja: não importa se você é advogado, engenheiro ou dentista: caso tenha interesse em trabalhar com investimentos, você pode. Entretanto, há requisitos essenciais.
Como qualquer profissão, trabalhar com investimentos exige algumas habilidades e características. Ter facilidade com números, lidar bem com a pressão de trabalhar com grandes somas de dinheiro, saber negociar, se comunicar bem de forma falada e escrita, além de ter bons conhecimentos de línguas estrangeiras, especialmente o inglês.
Além disso, há certificações que são obrigatórias, dependendo da profissão que for escolhida.
Certificações necessárias para trabalhar no mercado financeiro
Entidades como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central exigem certas certificações especiais para quem quer desempenhar funções como gerir carteiras e fundos de investimento ou dar recomendações de ativos. Veja algumas delas:
CPA-10 e CPA-20
São emitidas pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e essenciais para quem atua na área de distribuição de investimentos, pois atestam que a pessoa possui um bom grau de conhecimento em ativos. Contudo, nenhuma das duas permite ao profissional recomendar investimentos. A diferença entre elas é que a CPA-10 é voltada para quem trabalha com público de menor renda, enquanto a CPA-20 é para clientes com patrimônio mais vultuoso.
Para poder indicar investimentos, uma das certificações disponíveis é a CEA (Certificação de Especialista em Investimentos), também emitida pela Anbima.
Já o CFG (Certificação de Fundamentos em Gestão) é voltado para quem quer gerir recursos de terceiros e trabalhar em gestoras como a Ouro Preto Investimentos, por exemplo. Porém, para de fato se tornar um gestor, é preciso dar um passo adiante e consquistar o CGA (Certificação de Gestores Anbima) ou CGE (Certificação de Gestores Estruturados).
Porém, se o seu objetivo é trabalhar como AAI (agente autônomo de investimentos), você precisará tirar a certificação Ancord. Os AAIs também não podem recomendar especificamente nenhum investimento, mas atuam com o objetivo de auxiliar os clientes dos escritórios de investimentos a conhecerem melhor os ativos disponíveis no mercado de capitais e, dessa forma, poderem tomar melhores decisões na hora de montar as suas carteiras.
Ficou interessado em buscar uma vaga no mercado financeiro? Então confira como tirar suas certificações no site oficial da Anbima!