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Juros altos favorecem FIDCs? Veja o que analisar
Desde o início de 2025, o Brasil opera sob um regime de juros persistentemente elevados. A Selic, mantida em 15% ao ano, colocou os investidores diante de um novo paradigma. Como consequência, as estratégias de alocação de capital vêm sendo redesenhadas. Entre os ativos que ganharam protagonismo nesse novo cenário, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) chamam atenção. Afinal, será que os juros altos favorecem esses fundos? E, principalmente, o que o investidor deve analisar antes de alocar?
Renda fixa atrativa redefine o comportamento dos investidores
Com o juro real ultrapassando 8% ao ano, produtos tradicionais de renda fixa voltaram a competir diretamente com a Bolsa. Títulos públicos, debêntures e fundos indexados ao CDI voltaram a dominar o interesse de investidores conservadores e moderados. Além disso, o cenário atual favorece o retorno de ativos estruturados com garantias, como é o caso dos FIDCs.
Dessa forma, o investidor passou a priorizar fluxos previsíveis, menor volatilidade e estruturas de proteção mais robustas. Isso é especialmente relevante em um ambiente onde a imprevisibilidade fiscal e a volatilidade internacional continuam presentes.
FIDCs ganham espaço com juros altos e restrição bancária
Os FIDCs são fundos que compram recebíveis originados por empresas e instituições financeiras. Em outras palavras, são estruturas que adiantam fluxos futuros em troca de um desconto, com retorno proporcional ao risco. Com isso, a elevação da Selic passou a tornar esses fundos ainda mais atrativos, oferecendo yield bruto competitivo e superior ao de muitos títulos corporativos.
Por outro lado, o aperto monetário gerou maior seletividade por parte dos bancos na concessão de crédito. Como resultado, empresas de médio porte buscaram alternativas fora do sistema bancário tradicional. Consequentemente, os FIDCs se consolidaram como canais ágeis e eficientes para intermediar capital entre investidores e tomadores.
Mas atenção: nem todo FIDC é igual
Embora os juros altos tragam vantagens para a estrutura dos FIDCs, o investidor precisa observar diversos aspectos antes de alocar. Primeiramente, é fundamental avaliar o nível de subordinação do fundo. Esse indicador mostra o grau de proteção que a cota sênior (que o investidor adquire) tem contra inadimplência dos créditos adquiridos.
Além disso, é essencial entender o perfil dos cedentes, o histórico de pagamento da carteira e os mecanismos de reforço, como garantias reais, fianças ou seguros. Portanto, mais do que olhar apenas para o retorno bruto, o investidor deve analisar com atenção a qualidade do lastro e a engenharia da estrutura.
FIDCs na estratégia institucional: diversificação com controle
Enquanto isso, investidores institucionais e family offices têm ampliado sua exposição a fundos estruturados. Isso ocorre porque os FIDCs oferecem uma relação risco-retorno ajustada, especialmente em cenários onde o prêmio da renda variável está comprimido e a renda fixa tradicional tem seus limites.
Em contrapartida, os fundos que operam com lastros frágeis ou originadores inexperientes tendem a perder competitividade. Ou seja, a escolha correta do FIDC não depende apenas da taxa prometida, mas da robustez da estrutura e da reputação da gestora.
Nesse sentido, os FIDCs passam a ocupar um papel estratégico nas carteiras. Não como substitutos de renda fixa pura, mas como instrumentos híbridos. Assim, combinam características de crédito privado com estruturas de mitigação de risco.
Juros altos e FIDCs : Oportunidade que exige critério
O cenário de juros elevados favorece, sim, os FIDCs. No entanto, é preciso disciplina analítica para selecionar estruturas sólidas, com lastros confiáveis e governança robusta. Em resumo, os fundos que mais se beneficiam desse ambiente são aqueles com alta transparência, fluxo estável e originadores experientes.
Na Ouro Preto Investimentos, atuamos com análise técnica rigorosa e estruturação de FIDCs com alto padrão de controle. Nosso compromisso é transformar oportunidades em valor real, com foco em segurança, performance e estratégia de longo prazo.









