Investir em criptomoedas é mais arriscado que em ações?
As criptomoedas, aparentemente, chegaram para ficar como uma das opções de investimento preferidas dos brasileiros. Segundo dados do Banco Central, esse mercado movimentou mais de R$ 200 bilhões no Brasil em 2021. Esse número é claramente inferior ao movimentado pela B3, a bolsa de valores brasileira, que em 2021 registrou volume financeiro negociado de mais de R$ 7 trilhões. Porém, não é incomum — principalmente entre iniciantes — que muitas vezes haja uma preferência por investir em criptos do que em ações de empresas.
Ao longo do tempo, o mercado de renda variável é reconhecido pela sua volatilidade e alto risco, o que muitas vezes afasta quem ainda não tem experiência. Entretanto, é comum que esse “medo” não se estenda ao mercado de criptoativos e que muitos investidores que nunca aplicaram em ativos tradicionais, seja na renda fixa ou variável, já tenha algumas moedas ou ativos digitais — como tokens ou NFTs — na carteira.
Mas, será que investir em ativos digitais é menos arriscado do que em ações? Confira!
Qual risco você escolhe?
Ambos os mercados, de cripto e de ações, têm muitas coisas em comum, mas também diversas diferenças fundamentais. E todos esses fatores influenciam no risco que o seu dinheiro corre.
Antes de tudo é importante falar sobre regulamentação. Para negociarem papéis na bolsa de valores, as empresas passam por processos rigorosíssimos estabelecidos e seguir diligentemente a legislação vigente, sob a fiscalização constante de um órgão ligado ao governo. No caso do Brasil, quem realiza esse trabalho é a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), mas cada país tem o seu. Nos EUA, por exemplo, há a SEC (Securities and Exchange Commission). Ou seja: o mercado de capitais é extremamente bem regulado e fiscalizado. Toda a estrutura por trás dele (empresas listadas, corretoras habilitadas a negociar e a própria bolsa de valores) estão sempre sob o olhar vigilante da CVM, o que traz segurança jurídica para os investidores.
Já as criptomoedas ainda não são totalmente reguladas. No Senado Federal há uma série de PLs (Projetos de Lei), que, em conjunto, podem estabelecer um marco regulatório para operações no setor, possibilitando ao Banco Central e à CVM a criação de regras que possibilitem aos consumidores comprar e vender ativos digitais com mais segurança. Atualmente, apesar de diversas corretoras já estarem estabelecidas no Brasil, a falta de regulamentação ainda favorece o aparecimento de empresas fraudulentas e esquemas de pirâmide e ponzi, que podem levar um investidor mais desatento à falência.
Existe uma forma segura de investir em criptos?
Hoje, quem busca uma forma de aplicar seu capital em ativos digitais contando com a estrutura do mercado de capitais pode investir em ETFs, os chamados “fundos de índice”. O Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11) foi primeiro do tipo que tem exposição a criptomoedas. Elaborado em abril do ano passado, ele conta com moedas como o bitcoin, ethereum, litecoin, chainlink e stellar lumens. Como em um fundo de investimentos tradicional, ele tem cotas que podem ser adquiridas nas corretoras. Hoje, o mercado de capitais conta com mais de 20 ETFs de criptos.
Mas, além do aspecto regulatório, há outra vantagem no mercado acionário: os fundamentos
Ações são partes societárias de uma empresa, isto é, te transformarm em sócio de um negócio que existe de fato. Um acionista da Petrobras (PETR3 PETR4), por exemplo, é “dono” de uma parte (mesmo que bem pequena) de uma das maiores empresas de petróleo do mundo. Por outro lado, ao comprar uma criptomoeda, o investidor está adquirindo um ativo cujo valor em muitos casos está relacionado a outras moedas, apenas, ou a um projeto de tecnologia que ainda não tem aplicação prática. Ou seja: não gera lucro.
Por isso, especialistas defendem que as criptomoedas podem ser mais “imprevisíveis” que as ações, principalmente no longo prazo. Embora a volatilidade seja um fenômeno comum a ambos os mercados, o fato de as empresas da bolsa terem ‘fundamentos”, isto é, indicadores que permitem avaliar o estado econômico da empresa e do setor no qual ela atua. Por isso, em geral, a análise de potencial de valorização futura de criptoativos é feita pelo método “técnico”, isto é, leitura de gráficos. Entenda neste texto a diferença entre as análises fundamentalista e técnica.
Se quer saber mais sobre o mercado de ações, confira neste texto do nosso blog o que observar em uma empresa antes de comprar ações e 5 indicadores fundamentalistas importantes.
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