Fundos de renda fixa: qual a diferença de investir diretamente nos ativos?
Com a Selic em alta, alguns investidores ajustaram suas carteiras de investimentos e passaram a mirar mais em ativos de renda fixa.
Diante da instabilidade econômica que o país enfrenta, esse movimento é um reflexo da busca por segurança. Com os juros básicos tão elevados, os investimentos em renda variável apresentam baixa performance.
No entanto, vale destacar que, mesmo com os juros em alta, os fundos de renda fixa registraram, em junho de 2022, uma captação líquida negativa. Dessa forma, ocorreram mais resgates do que aportes no mês, conforme os dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
“Vemos um movimento de migração dos fundos de renda fixa para outros produtos de mesma categoria, principalmente aqueles que oferecem isenção de imposto de renda, como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio)”, explica Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima.
Dessa forma, abordaremos as principais diferenças entre essas duas formas de investir na renda fixa.
Qual a diferença de investir diretamente nos ativos?
Em primeiro lugar, é preciso entender que a renda fixa é o tipo de investimento onde o investidor recebe um pagamento já estipulado de juros sobre o valor aplicado. Sendo assim, esse tipo de aplicação não fica sujeito a fortes variações do mercado.
Nesse sentido, aplicar em renda fixa pode ser ideal para quem busca segurança e rentabilidade previsível.
Para aportar recursos nesse tipo de apliação, é possível pode escolher um dos dois caminhos: investir diretamente no ativo ou, então, nos fundos de renda fixa.
No primeiro caso, o investidor é o responsável por realizar a compra do ativo. Para que isso aconteça, basta acessar o site da corretora e escolher o produto que melhor encaixa na sua estratégia.
Dessa maneira, é possível, por exemplo, escolher entre um CDB com vencimento em dois anos ou uma LCI com prazo de 90 dias.
Além disso, o investidor tem liberdade para escolher a rentabilidade que achar mais atrativa — entre as opções disponíveis.
A dinâmica é um pouco diferente para quem aplica em fundos de renda fixa. Nesse caso, o investidor não compra o papel em si, mas uma cota específica do fundo.
Vale ressaltar que investir em renda fixa é composto por uma combinação de ativos, que devem compor mais de 80% da carteira do fundo. Entre esses ativos, estão títulos públicos federais e/ou privados, como CDBs, LCIs e LCAs.
Qual escolher?
Investir em fundos de renda fixa ou diretamente nos ativos é uma decisão que cabe apenas ao investidor. Nesse contexto, é necessário considerar as diferenças entre os investimentos.
A principal distinção entre elas é que os fundos são administrados por profissionais especializados, e seguem estratégias bem específicas. Nesse caso, o investidor não possui total autonomia para escolher qual ativo da renda fixa investir.
Além disso, a desvantagem é que é preciso desembolsar uma taxa de administração para investir em um fundo de renda fixa. Esse aporte pode impactar significativamente nos rendimentos.
No entanto, os fundos permitem a diversificação do risco de crédito — que pode resultar em uma maior segurança na ausência do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
Por outro lado, ao comprar o ativo diretamente, o investidor tem a liberdade de construir sua própria estratégia de aplicação. Além do mais, o rendimento não fica sujeito ao come-cotas e conta com a garantia do FGC na maior parte dos casos.
Portanto, para identificar a melhor opção de investimento, é preciso que o investidor faça contas e verifique em qual destes ativos haverá melhor custo-benefício alinhado aos seus objetivos.