Como é calculado o IGP-M e por que você precisa conhecer esse índice antes de investir em FIIs?
Quando falamos de investimentos, é muito comum que os investidores notem diferentes siglas e abreviações desconhecidas que são utilizadas no cotidiano do mercado financeiro. Uma delas é o IGP-M, que apesar de muitas pessoas ainda não saberem sobre o que se trata, é muito importante para a economia brasileira.
Considerado um indicador muito influente no mercado imobiliário, o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) é uma das versões do IGP (Índice Geral de Preços), responsável por registrar a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.
Como é calculado?
Esse índice é medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e divulgado mensalmente. O IGP-M é formado pelo IPA-M (Índice de Preços por Atacado – Mercado), IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado) e INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado), que apresentam pesos de 60%, 30% e 10%, respectivamente.
IPA-M: monitora a indústria atacadista e antevê qual será o impacto e valores dos preços no varejo.
IPC-M: avalia o comportamento dos preços nas áreas que impactam o poder de compra do consumidor.
INCC-M: avalia o custo para se construir uma habitação no Brasil, levando em consideração os materiais e a mão de obra especializada.
O cálculo é feito com base nos preços coletados entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês atual.
Para que é usado o IGP-M?
Esse índice é considerado um forte indicador da macroeconomia do país, justamente por apontar a variação dos preços de mercado. É com base nele que os investidores conseguem ter uma ideia de como está a inflação e a economia brasileira.
Fora isso, ele também é utilizado para: reajustar contratos de aluguel, de luz e planos de saúde.
A relação entre o IGP-M e os FIIs
Desde o ano passado, devido aos efeitos da COVID-19 sobre a economia, o IGP-M tem apresentado grandes altas. Em 29 de setembro, a FGV divulgou que o índice acumula alta de 16% no ano, enquanto o acumulado nos 12 meses chega a quase 25%. Justamente por impactar diretamente no mercado imobiliário, em especial nos aluguéis, o IGP-M traz consequências diretas para quem investe nos Fundos de Investimentos Imobiliários, também conhecido como FIIs.
Nessa modalidade de investimento, os recursos são aplicados em empreendimentos imobiliários, como shoppings, hospitais e prédios comerciais. Ao adquirir cotas de FIIs, você passa a se tornar um dos “donos” desse imóvel. O investidor pode ganhar tanto com a venda dessas cotas por um preço mais alto do que o preço da compra ou recebendo mensalmente uma renda dos aluguéis dos imóveis, que são transformados em dividendos para os cotistas dos FIIs.
Em um cenário de avanço do IGP-M, por exemplo, quem possui cotas de FIIs acabam sendo beneficiado, uma vez que os reajustes dos contratos de locação tradicionalmente seguem o índice e, com o aumento dos aluguéis, esses fundos passam a distribuir dividendos mais “generosos”. No entanto, é preciso destacar que, por conta dessa alta histórica do IGP-M, diversos contratos passaram a ser corrigidos por outro índice, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE e considerado a inflação oficial do Brasil. Há, inclusive, um projeto para o desenvolvimento de um novo índice pela FGV, focado especificamente no mercado de locação.
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