Caiu no cheque especial? Veja como colocar sua vida financeira nos trilhos
Em momentos tão difíceis de crise econômica, ainda mais impulsionada pela pandemia de Covid-19, equilibrar as contas e mantê-las em saldo positivo é um grande desafio para todos os brasileiros. Todos nós passamos por situações assim: fatura do cartão de crédito que excede o planejado, contas mensais de luz, água e internet que passam por reajustes inesperados ou imprevistos de saúde que nos obrigam a gastar o que poupamos com tanto sacrifício.
Nesses casos, é comum recorrermos ao cheque especial, um “empréstimo” pré-aprovado pelo banco, com limite baseado no perfil financeiro e relacionamento de cada cliente com a instituição.
Apesar de muitas vezes surgir como uma solução temporária para emergências, o uso constante do cheque especial pode fazer a sua vida financeira se tornar uma “bola de neve”.
Confira quais cuidados tomar ou, caso já esteja em uma situação complicada, como trazer sua vida financeira de volta aos trilhos.
Cheque especial não é renda extra (e custa caro)
Usar a conveniência do cheque especial tem um custo alto. Segundo dados do Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor), em abril deste ano os juros cobrados na modalidade estavam em 8% ao mês nos principais bancos (151% ao ano, em média), que é o teto estabelecido em 2020 pelo Banco Central para a modalidade. E isso não é pouco: se você usar R$ 1.000 do seu limite, após um ano estará devendo R$ 2.500 para o seu banco.
Como referência, se você investisse o mesmo valor no título mais rentável do Tesouro Direto atualmente (Prefixado com vencimento para 2031), que paga 9,41% ao ano em rentabilidade, após 12 meses você teria R$ 1.094,10. Ou seja: por mais arrojado e experiente que você seja como investidor, dificilmente chegará perto do quanto os bancos ganham emprestando o “limite da conta” para você.
O argumento das instituições financeiras para cobrar tão caro por essa modalidade é por conta de ser um crédito oferecido automaticamente e sem garantia, o que traria um risco maior de calote. E, mesmo assim, as pessoas usam muito: dados do Banco Central divulgados em abril revelam que, no ano de 2020, as instituições bancárias emprestaram R$ 310,2 bilhões na modalidade.
Os juros do cheque especial ficam abaixo apenas dos praticados pelas operadoras de cartão de crédito no “rotativo” (o pagamento mínimo), que passa de 300% ao ano, outro vilão de uma vida financeira organizada. Está com problemas com o cartão de crédito? Confira neste texto como transformar esse vilão em herói das suas finanças!
Por isso, nunca se esqueça: o cheque especial – assim como o cartão de crédito – não é “renda extra”. A partir do momento em que se utiliza o limite, juros e taxas começam a correr em cima do valor emprestado. As somas são alteradas diariamente, inclusive aos finais de semana e feriados.
Só utilize caso não haja outra saída!
Dicas para sair do cheque especial
Não existe mágica. Para se livrar do cheque especial, você precisa ter disciplina e planejamento. Confira abaixo algumas dicas do que fazer e de como evitar cair no cheque especial outra vez.
Negocie suas dívidas – Caso seu cheque especial esteja comprometido por causa de dívidas, procure o credor e tente renegociar os valores.
Remova o limite do cheque especial – Nesse caso, o gerente retira o limite, para de correr juros e o saldo devedor é cobrado como um empréstimo, que você pode pagar parcelado.
Peça um empréstimo pessoal – Os juros do empréstimo pessoal costumam ser mais baixos do que os do cheque especial. Peça um valor que dê para cobrir o limite do cheque especial e, ao mesmo tempo, pagar as contas.
Dicas para não cair outra vez nessa armadilha
Fale com seu gerente – Peça para diminuir o limite do cheque especial. Com isso, você se previne de gastar além do possível e não volta a ficar no vermelho.
Negocie prazos das suas contas se estiver perto de entrar no cheque especial – Muitas vezes, temos contas a pagar, mas, se formos quitá-las, entramos no limite do cheque especial. Nesses casos, procure a empresa ou pessoa que você precisa pagar e peça um prazo maior – de preferência, próximo ao dia do seu pagamento.
Livre-se do débito automático – Bancos geralmente insistem nessa opção para que correntistas não se enrolem em dívidas, mas, se você não tiver o controle da sua conta atualizado, o resultado pode ser muito negativo.
Mantenha apenas uma conta corrente – Geralmente, movimentar contas em mais de um banco tende a nos complicar e nos faz perder a noção dos gastos.
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