BC define Selic a 2,75% ao ano para controlar inflação; entenda o impacto nos investimentos
O Banco Central decidiu fixar a Selic em 2,75% ao ano após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) realizada nesta quarta-feira (17).
A alta de 0,75% veio acima do esperado pela maior parte dos analistas de mercado, que acreditavam em um aumento de até 0,50% em março, dando início a um aumento gradual da taxa básica de juros ao longo de 2021.
A definição do Copom ontem foi a primeira elevação da Selic nos últimos seis anos. Desde julho de 2015, quando passou de 13,75% ao ano para 14,25%, a taxa iniciou um ciclo de manutenções e quedas que culminou na mínima histórica de 2% ao ano em agosto de 2020.
Inflação acelerada puxa alta
O principal motivo para o ciclo de alta que se inicia é a alta da inflação nos últimes meses. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial da inflação no Brasil, acelera desde novembro do ano passado e já acumula avanço de 5,2% em 12 meses.
Com a volta do auxílio emergencial ajudando nas perspectivas de recuperação econômica a partir do segundo trimestre e as sucessivas altas nos preços dos combustíveis, o banco revisou sua projeção da inflação para 4,75% ao final de 2021.
“Se a inflação não estivesse tão forte daria para manter a taxa de juros no patamar de 2% ao ano, o que seria muito bom para ativos de risco, como fundos de investimentos imobiliários e renda variável. Mas com a incerteza fiscal e a inflação pressionando o Banco Central, acredito que começaremos um ciclo de alta da Selic”, explica o Bruno Komura, analista de renda variável da Ouro Preto Investimentos.
O diretor de Investimentos do Paraná Banco, André Malucelli, concorda: “O Banco Central deve continuar aumentando gradativamente a taxa e encerrar o ano próximo a 4,25%”.
Como ficam os investimentos?
A Selic é um instrumento para controle inflacionário, pois tira estímulo ao crédito privado e, com menos dinheiro circulando, há menor volatilidade nos preços. Mas também é um cenário que aumenta a atratividade de investimentos em renda fixa, como títulos públicos, conforme explica Komura: “Em um cenário desse tipo, a renda variável perde atratividade e dá lugar para a renda fixa, como os títulos pós-fixados e os atrelados à inflação”
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