Debêntures são mais arriscadas que outros títulos de renda fixa? Sim, mas rentabilidade pode ser maior!
Em geral, os investimentos são a alternativa mais procurada por quem deseja aumentar seu patrimônio ou melhorar rendimentos. Nesse universo, as opções são muito variadas, com suas vantagens e desvantagens cada, a serem analisadas conforme o perfil do investidor – se conservador, moderado ou agressivo – e seus objetivos – de curto, médio ou longo prazo.
Dentre os produtos de renda fixa, existe ainda uma categoria pouco conhecida pela grande maioria dos investidores: as debêntures. Elas também são conhecidas como “títulos de crédito privado” e têm funcionamento similar a fundos de previdência privada e títulos públicos, do programa Tesouro Direto, e os CDBs, emitidos por bancos e financeiras.
Porém, esses títulos são emitidos diretamente por empresas a investidores (pessoas ou outras companhias), que passam a ser financiadores de suas operações e tornam-se seus credores. Com isso, podem expandir seus negócios e atender a outras necessidades inerentes ao seu funcionamento.
Há, ao todo, seis tipos de debêntures:
- conversíveis em ações, que podem se transformar em papéis num determinado prazo ou no fim do período de validade do título;
- simples, que não podem se converter em ações;
- permutáveis, em que o investidor escolhe por receber ações ou outros ativos como forma de pagamento;
- incentivadas, utilizadas para executar alguma obra;
- comuns, que possuem tributação de acordo com uma tabela específica;
- e de infraestrutura, que capta recursos por meio do mercado financeiro e que são permitidas a concessionárias de serviços públicos.
Veja nesse texto detalhes de tributação sobre as debêntures incentivadas e não incentivadas.
Mas e quanto ao risco e à rentabilidade? O que as debêntures podem oferecer de mais atraente que os demais títulos de renda fixa?
A sua rentabilidade pode ser dividida em três “categorias”:
- Prefixadas, ou seja, com uma taxa previamente definida, que você sabe quanto vai ganhar no vencimento do título;
- Pós-fixada, em que o rendimento se atrela a indicadores de mercado, como a Selic (a taxa básica de juros do Brasil) ou o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
- Por fim, há uma categoria híbrida, que mistura as duas anteriores: uma parcela dos investimentos prefixada e a outra pós-fixada.
Sem proteção do Fundo Garantidor de Crédito
Ao comprar esses títulos, o investidor atrela o destino dos seus recursos ao desempenho da companhia. Há, em último caso, a possibilidade da empresa emissora das debêntures declarar falência.
Ao contrário do que os títulos públicos oferecem, as debêntures não contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). A empresa pode não remunerar o seu investimento no dia estabelecido por diferentes motivos como a falta de dinheiro em caixa, variações cambiais que prejudicam reservas, entre outros.
E os juros também devem ser bem avaliados se você escolher investir em debêntures. Eles podem estar em alta no momento da aquisição, num momento em que índices de outros investimentos caem ou vice-versa. Uma atenção especial precisa ser dada às debêntures pós-fixadas e híbridas, pois elas oscilarão de acordo com os indexadores.
O sucesso dos seus investimentos em debêntures depende da exposição ao risco e a solidez dos números que a empresa apresenta. Se a companhia corre mais riscos e ainda apresenta números irregulares, maiores serão os ganhos com as debêntures emitidas. Se mais sólida e menos exposta a riscos, o título tende a rentabilizar menos.
E esses títulos, em geral, são mais atrativos que os títulos de renda fixa justamente pelo risco que apresentam.
Além da importância da diversificação, ainda há o fato de que as empresas não costumam cobrar taxas muito altas como os bancos e instituições financeiras. Sem o intermédio destes, a empresa paga menos juros e o investidor obtém ganhos maiores.