Previdência privada ou renda fixa: onde colocar o seu dinheiro para a aposentadoria?
A aposentadoria é um dos momentos mais aguardados de todo trabalhador. Afinal, todo mundo quer usufruir dos frutos de anos de suor e ainda curtir a ‘melhor idade’ tranquilamente, sem se preocupar com o amanhã.
Porém, após a reforma da previdência – onde as novas regras passaram a valer em 2019 -, a aposentadoria no Brasil passou por grandes mudanças. Devido à grande quantidade de pessoas se aposentando no país, apenas a Previdência Social não está dando conta, fazendo com que muitas pessoas procurem outras alternativas de investimentos para quem deseja pensar a longo prazo.
Aliás, a dependência da aposentadoria pública pode explicar, em partes, os dados de uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Em 2018, o levantamento apontou que sete em cada dez idosos (70%) estavam aposentados. Dentre eles, 21% continuavam trabalhando e uma das principais razões era o fato de a renda não ser suficiente para pagar as contas (47%).
Entre as inúmeras opções disponíveis no mercado, podemos destacar a Previdência privada e a renda fixa.
Previdência privada
É uma aplicação financeira em que é possível escolher o quanto aplicar por mês, ano, por quanto tempo e qual será seu prazo até o resgate. Ela é complementar à previdência oferecida pelo governo brasileiro, no caso a Social, através do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Controlada pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), é oferecida por diversas instituições financeiras.
Para o planejamento da aposentadoria por meio de planos de previdência privada, existem dois tipos principais: PGBL e VGBL, com características próprias. Entenda as diferenças entre eles e qual se ajusta melhor às suas necessidades.
PGBL
O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), geralmente, é indicado para pessoas que utilizam o modelo completo de declaração de Imposto de Renda (IR), e que contribuem para previdência social, regime próprio ou já estão aposentados.
VGBL
Já o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é destinado às pessoas que utilizam o modelo simplificado de IR ou não fazem a declaração, “isto porque os valores depositados nesta aplicação não podem ser deduzidos da base de cálculo do IRPF”.
Entretanto, o IR do resgate incide somente sobre os juros acumulados durante o período de aportes.
Taxas
Há quatro taxas possíveis em planos PGBL e VGBL durante a fase de acumulação patrimonial:
Taxa de Administração Financeira (TAF): Incide sobre todo o dinheiro poupado, seja por contribuições, aportes ou pela rentabilidade.
Taxa de Carregamento na Entrada: Custeia as despesas de administração e manutenção das aplicações, como os custos de venda e as corretagens do plano.
Taxa de Carregamento na Saída: A cobrança dessa taxa ocorre no momento do resgate do plano, quando o investidor for sacar seu dinheiro.
Taxa de Performance: cobrada sobre uma parcela da rentabilidade do fundo de previdência que exceda a variação de um índice de desempenho previamente determinado.
Renda fixa
É uma modalidade de investimento realizado diretamente em Títulos Públicos e Privados. Na prática, você está emprestando dinheiro ao emissor do papel, que pode ser uma instituição financeira, uma empresa ou o próprio governo.
Em troca disso, você recebe uma remuneração por um determinado prazo, na forma de juros ou correção monetária, podendo receber parcelas de amortizações.
Podemos classificar esses produtos em quatro categorias principais: os referenciados; os simples, de curto prazo não referenciados; os de crédito privado e os de dívida externa. Também há fundos de renda fixa que destinam seu patrimônio para ativos no exterior.
Os principais fundos de renda fixa são: debêntures, títulos públicos federais, como o Tesouro Direto, e emitidos por instituições bancárias como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).
Debêntures – As Debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas e negociados no mercado de capitais. Esses títulos são como empréstimos que você faz para empresas que, depois, devolvem seu dinheiro com juros.
Não contam, entretanto, com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), embora forneçam outras proteções aos investidores, que podem ser acionadas para assegurar os pagamentos caso haja problemas. São isentos do Imposto de Renda.
CDBs – São oferecidos por bancos para captar recursos e têm rendimentos superiores à poupança. Entretanto, o quanto eles irão render dependerá de alguns fatores, como a instituição financeira que oferece o certificado, o prazo de vencimento, o montante mínimo e outros.
O rendimento pode ser feito por três tipos diferentes: o prefixado, determinado por uma taxa fixa no momento do investimento; o pós-fixado, atrelado à variação de um índice, normalmente o CDI (Certificado de Depósito Interbancário); e o híbrido, que mescla as duas formas.
LCIs e LCAs – Além de garantirem retornos acima da poupança, as Letras de Crédito Imobiliárias e do Agronegócio também têm uma característica que faz brilhar os olhos dos investidores: ambos são isentos de Imposto de Renda.
Assim como o CDB, ao comprar esse ativo, você “empresta” dinheiro para uma instituição financeira para receber os juros dessa aplicação. Entretanto, se diferenciam pelo tipo de lastro. O primeiro se atrela à carteira de empréstimos relacionados ao setor imobiliário. Já o segundo, será usado pelos participantes do agronegócio.
Onde colocar o seu dinheiro para a aposentadoria?
Explicadas cada uma dessas modalidades, podemos dizer que é válido considerar as duas opções. Quando falamos em investimentos, o mais recomendado sempre é diversificar, não ficando preso somente a um produto. Sendo assim, para quem pensa na aposentadoria, tanto a Previdência privada quanto os fundos de renda fixa são alternativas consideráveis.
Antes de tomar uma decisão, no entanto, também é preciso levar em consideração qual o seu perfil de investidor (conservador, moderado ou agressivo) bem como os prazos (curto, médio ou longo) que melhor atende aos seus objetivos.
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