Existem investimentos impossíveis de se resgatar antes do vencimento?
Embora não esteja nos planos, às vezes acontecem imprevistos que nos forçam a resgatar alguns investimentos antes do prazo. Isso é especialmente comum entre investidores iniciantes, que ainda não contam com uma reserva financeira de emergência. Mas será que todo tipo de ativo pode ser liquidado de um dia para o outro?
Tchau tchau, rentabilidade!
Na maioria dos casos é possível, sim, resgatar seu dinheiro a qualquer momento. Porém, cada tipo de ativo tem características próprias de liquidação e muitas vezes essa negociação fora de hora pode significar perda de rentabilidade ou até prejuízo para o investidor. Confira!
Renda fixa
Os títulos de renda fixa, como o Tesouro Direto, contam com data de vencimento e sacar antes da hora pode significar prejuízo. Isso acontece principalmente nos ativos com características de longo prazo, cuja data de vencimento está marcada para muitos anos à frente. Comprar um título como o Tesouro IPCA+ 2045 (que só vencerá daqui 24 anos) e resgatar antes de 30 dias, por exemplo, incorrerá na cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), além das taxas e custos com a corretora. Ou seja: mesmo que no Tesouro Direto o rendimento seja diário, a rentabilidade adquirida em poucos dias dificilmente superará todos esses custos, o que resultará em prejuízo.
Para quem comprou títulos prefixados, outro fenômeno que pode tirar dinheiro do bolso do investidor “apressadinho” é a marcação a mercado. Em linhas gerais, ela funciona da seguinte forma: todos os dias o seu título valoriza ou desvaloriza, de acordo com oferta e demanda por ele ou o “humor” do mercado. Assim, se você resolver vender seu título antes do tempo, pode ser que ele esteja valendo menos. “A marcação a mercado é importante para o investidor, pois mostra quanto o seu ativo está valendo naquele momento. Ao contrário das ações, que sabemos o preço no fechamento do pregão, a marcação se aplica a produtos de renda fixa prefixados, opções e outros derivativos, como o swap. Imagine que você comprou um título prefixado com rentabilidade de 10% ao ano, mas nos meses seguintes a situação econômica se deteriora e o governo começa a pagar 20% nos títulos prefixados. Em um caso como esse, caso você queira vender antes do tempo o seu, que paga 10%, pode ser até que a rentabilidade seja negativa, ou seja, que você perca dinheiro”, explica Bruno Komura, analista de renda variável da Ouro Preto Investimentos.
Para saber mais sobre marcação a mercado, confira este texto!
Já no caso dos títulos de renda fixa privados, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), a instituição pode cobrar uma multa ou taxa operacional para um possível resgate antecipado. Dessa maneira, o investidor acaba ficando “nas mãos” da empresa.
Renda variável
Vender ações ou cotas de fundos de investimento exige o “timing” correto. Por isso, liquidar esse tipo de ativo em um momento de necessidade financeira significa correr o risco de pegar um dia de “mau humor” do mercado ou um momento sensível da empresa que você é acionista ou do fundo que tem cotas. Em um caso assim, pode ser que você seja obrigado a vender seus papéis por um valor abaixo do que eles realmente valem ou, pior, receber menos do que você pagou por eles.
Questões tributárias
Outra consequência de se resgatar o dinheiro antes do prazo combinado é a incidência de alíquota mais alta do Imposto de Renda, isso porque ela segue uma tabela regressiva, privilegiando quem deixa o dinheiro aplicado por prazos mais longos:
- Até 180 dias = alíquota de 22,5%
- De 181 a 360 dias = alíquota de 20%
- De 361 a 720 dias = alíquota de 17,5%
- Acima de 720 dias = alíquota de 15%
Seu “colchão” de renda
Seja na renda fixa, variável ou fundos, a dica para evitar prejuízo é a mesma: buscar o máximo de informações possíveis sobre a sua aplicação e se planejar. Leia o material de divulgação dos investimentos, que traz todas as características daquele ativo, inclusive a sua liquidez e custos para resgate antecipado.
Além disso, evite ficar “refém” dos imprevistos para não precisar vender seus ativos fora do prazo ideal, montando a sua reserva financeira de emergência, aquele dinheiro que você deixará guardado para resgatar caso aconteça algum imprevisto. Para saber como montar esse “colchão de renda”, que atuará para proteger a sua carteira de investimentos dos imprevistos do dia a dia, confira este texto do nosso blog.
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