Seu gerente do banco te ofereceu um título de capitalização? Confira se vale a pena!
Quem tem conta em banco com certeza em algum momento já recebeu uma oferta para adquirir um título de capitalização, produto bastante tradicional e que tem demanda expressiva no mercado.
Segundo dados da Fenacap (Federação Nacional de Capitalização), apesar da retração de toda a economia causada pela pandemia da Covid-19, o setor teve uma boa recuperação no terceiro trimestre de 2020 e alcançou faturamento global na casa dos R$ 23 bilhões no Brasil.
Sabe como funcionam os títulos de capitalização e se eles são investimentos interessantes? Confira!
Economia programada
Em linhas gerais, a capitalização funciona da seguinte maneira: ao adquirir o produto, o cliente paga o valor do título – integralmente ou em parcelas mensais – e, após o vencimento, receberá de volta o valor aportado com correção, além de ter a chance de participar de sorteios mensais em dinheiro ou prêmios, como viagens e carros.
Um dos argumentos mais fortes das instituições bancárias para vender os seus títulos é de que se trata de uma “ferramenta de educação financeira” ou “economia programada”. Como brasileiros em geral têm dificuldade para controlar as finanças e poupar, esse seria um caminho para ensinar a guardar dinheiro. Mas vale a pena?
O custo-benefício da capitalização compensa?
Não compensa. Em um título de capitalização, o valor pago pelo cliente é dividido basicamente em três partes: uma para pagar pelos sorteios, a segunda para a administração do título pelo banco e a terceira será “rentabilizada” para retornar ao cliente.
De acordo com as regras da Susep (Superintendência de Seguros Privados), a parte que retorna aos clientes deve corresponder a, pelo menos, 50% do valor total captado, enquanto os outros custos com sorteio e administração não podem passar de 25% cada.
Ou seja: ao aplicar em capitalização, o cliente na verdade está “investindo” só metade do que paga. É claro que toda aplicação financeira tem taxa de administração, mas é importante observar se a rentabilidade compensa o custo e se o seu dinheiro voltará para a sua mão valendo mais do que antes ou se será comido pela inflação.
TR: o reajuste de 0%
Os títulos de capitalização não oferecem “rendimento”. Na verdade, só devolvem o valor corrigido pela Taxa Referencial. Já ouviu falar dela? Explicamos a seguir, mas já adiantamos o maior problema que ela traz para quem tem títulos de capitalização: A TR não supera a inflação há mais de 20 anos.
Criada na década de 90, quando a inflação estava nas alturas, a taxa referencial costumava fazer o papel que a Selic faz hoje, de ser uma taxa de parâmetro para os juros do país.
Hoje em dia, segue apenas como indicador para correção de alguns produtos de crédito e títulos, entre eles a capitalização. Em 2020, ela foi de 0%, enquanto o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fechou o ano em 4,52%. No ano passado, quem “investiu” em capitalização perdeu dinheiro.
Como comparação, o fundo de investimento em renda fixa da Ouro Preto Investimentos, por exemplo, teve rentabilidade mensal média de 3,2% ao mês em 2020 e taxa de administração de 1% ao ano. Ou seja: no ano passado, sua rentabilidade superou o custo pago à gestora de recursos.
Embora ao falar de investimentos seja sempre importante falar que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, mesmo em um ano marcado por dificuldades na economia, os cotistas do Ouro Preto Real FIC FIRF terminaram o ano com seus investimentos no azul.
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