O que é o mercado futuro e como ele funciona?
Uma expansão do mercado financeiro na qual os investidores negociam determinados ativos com os preços do momento, mas apenas para liquidação futura: assim funciona o mercado futuro. Na prática, isso significa que os ativos têm seus preços congelados no momento da compra e o investidor ganha com a variação que eles terão até o prazo final do contrato.
A origem desse mercado está ligada às commodities agrícolas, uma classe de ativos com preços muito voláteis, que podem variar devido a fatores como o clima ou particularidades de cada safra. O mercado futuro surgiu para funcionar como uma espécie de “seguro” para os produtores contra as oscilações do preço.
Assim como acontece com as ações da B3, a bolsa de valores brasileira, os ativos também são negociados por meio de contratos no mercado futuro. A diferença está no prazo das negociações: enquanto na bolsa os papéis são vendidos pela cotação do momento, no mercado futuro os ativos são negociados em uma data pré determinada. Assim, o investidor pode escolher comprar um contrato de café ou soja com liquidação para daqui dias, semanas ou meses.
Além das commodities agrícolas — a soja, o milho, o café e o boi gordo, por exemplo —, contratos de dólar e de índices futuros, que são derivativos do Ibovespa, o principal índice acionário do Brasil, também podem ser negociados nesse mercado.
Margem de garantia
Para quem tem interesse em investir em contratos futuros, outra diferença importante entre eles e as ações está na forma com a qual o lucro — ou o prejuízo — chegam ao investidor.
Nas ações, o investidor compra um papel e recebe a valorização ou perde o equivalente à desvalorização no momento da venda. No mercado futuro, ele arca apenas com as oscilações daquele contrato. Assim, recebe os rendimentos ou paga pelas perdas que podem ocorrer todos os dias até o momento do vencimento do contrato.
Para fechar os contratos, é obrigatório que o investidor tenha dinheiro disponível para arcar com as perdas, a chamada margem de garantia. O recurso deve ser depositado em uma corretora e seus valores são tabelados para cada tipo de contrato e determinados pela B3.
Riscos e vantagens
O maior risco do mercado futuro está ligado à volatilidade dos ativos negociados. Nele, os investidores podem utilizar a alavancagem — uma ferramenta que permite a movimentação de um capital muito maior do que aquele que o especulador tem disponível para operações — para aumentar a margem de ganhos sobre o valor investido. Contudo, os riscos de perdas também sobem de acordo com o aumento na alavancagem.
Já entre suas principais vantagens está a possibilidade de obter grandes lucros. Ademais, o mercado futuro também traz diversificação e liquidez ao portfólio e proporciona a rentabilidade dos investimentos em um prazo curto de tempo.