Micro, small e mid caps: as pequenas notáveis da bolsa de valores
Quem procura informações sobre a bolsa de valores quase sempre esbarra em notícias sobre empresas gigantes, como Petrobras, Vale, Magazine Luiza, Banco do Brasil e Ambev, mas o universo do mercado acionário é muito maior que isso.
Até o final de 2020, segundo dados da B3, mais de 400 empresas contavam com ações para negociação nos pregões. Para identificar cada uma, o mercado divide as companhias em quatro “patamares”, de acordo com o seu valor: micro, small, mid e large caps.
Como se pode imaginar, as large caps são megaempresas, como as citadas no início do texto, que possuem maior volume de negociação na bolsa de valores. Entre elas, inclusive, estão as chamadas “blue chips”, as “estrelas da bolsa” (saiba mais sobre elas neste texto).
Mas e no universo das pequenas e médias da B3, vale a pena apostar? Confira!
“Pequenas” é força de expressão
Não existem “microempresas” na bolsa de valores. Mesmo as menores, chamadas de micro caps, já possuem um valor de mercado acima de R$ 250 milhões e podem inclusive ser marcas reconhecidas nos seus segmentos, só não conseguem chegar perto de gigantes como a Petrobras, que tem quase R$ 300 bilhões de valor de mercado.
Qual é o diferencial delas para as grandes? Para Bruno Komura, analista de renda variável da Ouro Preto Investimentos, as micro, small e mid caps precisam ser consideradas sob uma ótica totalmente diferente das empresas de grande porte na hora de investir.
“São investimentos mais arriscados. Por terem menor volume de papéis negociados no dia a dia, os preços sofrem mais com a volatilidade. Por exemplo: se um investidor com muitas ações de uma micro cap decide se desfazer de uma vez só da sua posição e vende todos os papéis, o preço cairá de uma vez, o que pode trazer grandes perdas para os outros acionistas”, afirma.
Segundo Komura, outro risco é que essas empresas ainda estão mais expostas aos balanços da economia e a falta de cobertura por analistas dificulta a avaliação do potencial de crescimento. “Quanto menor a empresa, menor também é a sua capacidade de superar uma crise econômica ou setorial e nem sempre é possível ter informações, porque os analistas em geral acompanham apenas as grandes”, explica.
Então não vale a pena apostar nas pequenas?
Como diz a regra de ouro do mercado financeiro: quanto maior o risco, maior o potencial de recompensa. Esse é o grande atrativo das micro, small e mid caps: possibilidade de alta rentabilidade.
“Em alguns casos, o que parece uma desvantagem pode ser vantagem. A falta de cobertura e dificuldade de se obter informações sobre uma empresa pode significar uma mina de ouro que ninguém está olhando e trazer grandes retornos para quem investir”, afirma Bruno.
É sempre importante lembrar que muitas gigantes da bolsa um dia também foram pequenas. Apenas seis anos atrás, o Magazine Luiza era considerado uma small cap e hoje está entre as grandes da B3.
Claro que nem toda empresa oferecerá um crescimento astronômico, então é importante tomar alguns cuidados antes de investir, como analisar o histórico de crescimento e dívidas da empresa – veja se ela cresceu acima da inflação nos últimos cinco anos e se o seu histórico de endividamento está sempre abaixo dos lucros operacionais.
Para saber mais sobre como analisar as empresas da bolsa antes de investir, confira cinco indicadores fundamentalistas e como analisar os balanços das empresas.
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