Já ouviu falar em deflação? Veja porque ela pode não ser boa para a economia
A inflação é um dos maiores fantasmas da economia brasileira. Quem tem por volta de 50 anos não esquece a loucura dos preços dos anos 80 e 90, quando as pessoas recebiam o salário e corriam para comprar tudo que pudessem no supermercado, pois os alimentos ficariam mais caros no dia seguinte.
Naquela época, o IPCA, índice calculado pelo IBGE considerado como inflação oficial brasileira, chegou a bater 67% em um mês (janeiro de 1990), patamar em que já é considerada como “hiperinflação”. Para efeito de comparação, segundo os economistas consultados pelo Banco Central para o Boletim Focus desta semana, o IPCA acumulado deve alcançar 4,95% no final de 2021. Mensalmente, porém, o índice dificilmente supera 1%. Em março deste ano, por exemplo, ficou em 0,93%, o que mostra que a economia brasileira apresenta estabilidade, apesar dos desafios trazidos pela Covid-19.
Com a inflação controlada nos últimos anos, o Brasil chegou inclusive a experimentar meses de “deflação”. Ou seja: queda dos preços. Para um país que sempre foi assombrado pela inflação, ter momentos de índice negativo deve ser um bom sinal, certo? Não exatamente.
Descubra o que é a deflação e porque ela pode não ser tão boa para a nossa economia.
Deflação: sinal de economia parada
A deflação é o processo contrário à inflação. Em vez de subir, os preços de produtos e serviços caem de forma generalizada. Embora, a princípio, pareça bom ter preços mais baixos, um cenário de deflação longa pode ser prejudicial.
Um cenário deflacionário pode acontecer por diversos motivos, como o aumento repentino de oferta de um produto. Em um caso hipotético de safra recorde de laranjas, por exemplo, o preço do quilo pode cair pontualmente. Porém, quando o comércio em geral é obrigado a baixar os preços, significa que a população está sem possibilidades de consumir, ou seja: não tem dinheiro.
Acontece, então, uma reação em cadeia: as pessoas compram menos, as lojas vendem menos e as fábricas produzem menos. A economia encolhe, o desemprego aumenta e o ciclo de desvalorização geral se alimenta, gerando ainda mais pobreza.
Reverter um ciclo deflacionário muitas vezes pode ser difícil e necessitar de intervenção direta do governo. Na década de 1930, por exemplo, para combater o cenário deflacionário que se desenhava no país —puxado pela crise da bolsa de valores americana em 1929—, o então presidente Getúlio Vargas ordenou a compra, pelo governo, de mais de 70 milhões de sacas de café, que foram queimadas para diminuir a oferta do produto e manter seus preços mais altos no mercado internacional. À época, o café era o principal produto exportado pelo Brasil.
Para evitar cenários como esse, o governo trabalha com uma “meta de inflação”. O objetivo não é zerar e muito menos gerar deflação prolongada, mas ter o índice sobre controle, o que mostra que a economia está estável e que os investimentos não perderão valor em longo prazo.
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