Inflação para 2022: o que esperar e onde investir
No começo de abril, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA de março ficou em 1,62%, acima das expectativas do mercado e no maior patamar para o mês desde 1994.
O avanço da inflação foi anunciado pouco depois do Banco Central sugerir que o ciclo de alta da Selic, taxa básica de juros da economia, estaria próximo do fim.
Porém, uma inflação mais forte e persistente pode exigir mais juros para controlar os preços. Por isso, o resultado colocou um ponto de interrogação em relação ao fim do ciclo de alta da Selic.
Cenário
Em seu último comunicado, o Comitê de Política Monetária Nacional (Copom) apontou que, após subir os juros para 11,75% ao ano, elevaria a taxa pela última vez neste ciclo na reunião de maio em mais um ponto percentual e, a partir daí, a Selic estacionaria em 12,75% ao ano.
No entanto, diversos analistas acreditam que a taxa pode continuar a subir nos próximos meses para conter a inflação. Com isso, a escalada da Selic tem feito investidores reverem suas carteiras para adequar seus investimentos a este cenário.
Renda fixa
Se por um lado consumir e tomar crédito está mais caro com a alta dos juros, por outro, ativos de renda fixa passaram a render mais. Isso acontece porque muitos deles têm seus rendimentos atrelados justamente à taxa básica de juros.
Por isso, a renda fixa tem ficado cada vez mais em evidência e garantido mais espaço nas carteiras de investimento.
Neste contexto, alguns produtos desta categoria merecem atenção.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic rende 100% da taxa básica de juros. No início de 2021, o retorno para quem aplicava nessa opção de investimento era de 2% ao ano, o que levou muita gente a buscar investimentos mais atrativos.
A taxa, no entanto, passou a subir e, agora, fez do Tesouro Selic um dos investimentos que estão sob os holofotes tanto pela segurança quanto pela possibilidade de rendimento com a alta da taxa de juros.
CDB
Outro produto para quem quer garantir oportunidade com a alta da Selic são os Certificados de Depósitos Bancários. Há diversas opções de CDBs, mas especialistas apontam que as melhores são os títulos pós-fixados e atrelados ao CDI – taxa que os bancos e instituições financeiras usam para fazerem empréstimos entre si-, essa opção historicamente segue a Selic, por isso, quando a taxa sobe, o CDI sobe também.
LCI e LCAs
As LCIs foram criadas para turbinar o mercado de crédito imobiliário no país, em termos práticos são títulos emitidos por bancos que emprestam esse recurso para empresas ligadas ao mercado imobiliário.
Já as LCAs são muito parecidas com as LCIs, com a diferença de que vieram para incentivar o agronegócio. Ambas são isentas de IR e contam com a garantia do FGC.
Renda Variável
Um dos mantras dos investidores é manter uma carteira diversificada. Por isso, para aqueles que têm um perfil mais arrojado ou que já investem em renda variável, é possível buscar oportunidades, mesmo quando o destaque do momento é a renda fixa.
Ainda que o ciclo de alta de juros torne algumas ações menos atrativas e exija cautela do investidor, os papéis de alguns setores merecem atenção. O setor bancário, por exemplo, pode ser uma boa oportunidade. O aumento da Selic impacta diretamente as receitas dos bancos, por conta dos juros cobrados dos clientes.
Exposição à moeda estrangeira
A inflação está presente em diversos países, como nos Estados Unidos que teve o índice de preços ao consumidor mais alto em 39 anos. Diante disso, o Federal Reserve (banco americano) declarou estar pronto para adotar as medidas necessárias para conter os preços, como o aumento da taxa de juros.
Com isso, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs), certificados de depósito que representam a ação de uma empresa estrangeira, podem ajudar o investidor a ter ganhos com a valorização do ativo e os dividendos.
Fundos imobiliários de papel
Quando alguém compra fundos imobiliários de papel, essa pessoa está investindo em títulos de renda fixa do setor imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e outros. Esses papéis acompanham os principais indicadores de juros e inflação do país.
Por isso, os fundos imobiliários de papel são considerados uma posição defensiva para a carteira dos investidores em um momento de cenário macroeconômico mais desafiador.
Perfil
Como se vê, mesmo com um cenário complicado, os investidores têm oportunidades de diversificar a carteira de investimentos, proteger seu patrimônio e até avançar em rentabilidade.
Porém, é importante antes de optar por um ou outro, conhecer o seu próprio perfil. Isso é importante para orientar as escolhas de produtos compatíveis com objetivos, conforme sua tolerância a risco e as suas expectativas de investimentos.
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