Crédito privado ou renda fixa? Em que investir com a Selic a 13,25%?
O mercado financeiro é complexo e cheio de opções para investimento. Uma dúvida muito comum é qual a melhor aplicação: crédito privado ou renda fixa.
A seguir, veja mais sobre essas duas opções de investimento.
Qual a diferença entre crédito privado e renda fixa?
A renda fixa se refere a qualquer investimento que possui regras de remuneração definidas no momento da aplicação no título. Esse regulamento também define o prazo e a forma que a remuneração será calculada e paga ao investidor.
Os títulos da dívida pública são um exemplo de renda fixa, assim como alguns tipos de títulos emitidos por instituições bancárias.
O crédito privado, por sua vez, também é classificado como investimento de renda fixa. Sendo assim, ele também é uma forma de empréstimo feita entre duas pessoas (física ou jurídica), com taxas e prazos definidos.
Em outras palavras, ao investir nessas emissões, o investidor empresta dinheiro às empresas em troca de uma remuneração. O objetivo dessa modalidade é captar recursos para financiar projetos empresariais, expandir os negócios ou aumentar o capital de giro.
No entanto, o crédito privado possui características que o diferenciam dos demais títulos. A principal delas diz respeito ao risco.
Nos demais títulos de renda fixa, o investidor fica exposto ao risco de crédito do país ou da instituição bancária. O primeiro é blindado pelo Tesouro Nacional enquanto o segundo é garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
Contudo, quando o assunto é crédito privado, os riscos são maiores. Isso acontece porque os títulos de crédito privado não são emitidos por bancos, logo não contam com o benefício do FGC.
Para compensar essa possível ameaça, algumas empresas buscam oferecer maior rentabilidade para atrair novos investidores.
Entre os tipos de crédito privado mais conhecidos pelos investidores estão debêntures, CRIs e os CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio) e FIDCs (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios).
O que é melhor: crédito privado ou renda fixa?
De acordo um relatório do grupo Modalmais, divulgado pelo jornal Estadão, o crédito privado pode ser uma opção mais vantajosa do que a renda fixa, pois oferece maior rentabilidade.
Em um cenário de Selic a 13,25%, analistas demonstraram otimismo com debêntures incentivadas e crédito privado de baixo risco, também conhecido como high grade.
Em contrapartida, o relatório mostra um pessimismo frente aos investimentos de juros pré-fixados. Isso se explica porque há um consenso entre os analistas consultados de que o Banco Central deve elevar ainda mais a Selic nos próximos meses.
Como resultado, investimentos pré-fixados deixam de ganhar com os juros mais altos. Isso sem falar da marcação a mercado, que prejudica o investidor que precisa vender o título antes do vencimento.
No entanto, vale reforçar que os riscos são maiores no crédito privado, pois não há garantias de que a empresa cumprirá seus compromissos.
Por esse motivo, o relatório foi explícito ao dar enfoque para debêntures incentivadas. Geralmente, esses títulos high grade, que possuem rating mais alto, são emitidos por grandes companhias e garantem melhor nota e menor risco aos investidores.
Portanto, ao contrário da renda fixa, que é um investimento seguro e de baixo risco, o crédito privado pode ser um investimento um pouco mais arriscado. No entanto, em um ambiente de juros altos, ele pode ser uma boa escolha caso seja bem selecionada.
Seja qual for sua decisão, vale seguir a máxima de diversificar o portfólio. Dessa forma, com uma boa variedade de produtos financeiros na carteira, é possível obter um retorno mais equilibrado sobre os seus investimentos.