Como o desempenho do varejo influenciará os fundos de investimento em 2021?
De supermercados ao comércio de rua, foram poucas as empresas do varejo que não saíram prejudicados com a rasteira dada pela Covid-19 em 2020. Naturalmente, o golpe sentido nesse segmento influenciou também a rentabilidade de alguns investimentos diretamente relacionados às perspectivas de vendas. Uma das exceções foram as plataformas de e-commerce, que tiveram crescimento expressivo por causa do período de quarentena imposto pelo governo, especialmente nos meses de março e abril.
Para 2021, com o início das campanhas de vacinação, fica a expectativa de que o setor varejista comece a retomar o faturamento pré-pandemia. Novas tecnologias terão destaque e estarão no radar dos investidores, mas para as lojas físicas ainda paira a incerteza.
Como esses eventos influenciarão os fundos de investimento em 2021? Confira!
Queda (quase) generalizada em 2020
Com as medidas de distanciamento social e fechamento de comércios – especialmente no primeiro trimestre do ano passado -, os empresários foram forçados a montar estruturas a toque de caixa para trabalhar com delivery e e-commerce, mas ainda assim muitos foram obrigados a fechar as portas devido à diminuição brusca do faturamento.
O setor de shoppings centers foi um exemplo dos que mais sofreram: a BR Malls, por exemplo, proprietária de diversos empreendimentos, viu o valor das suas ações cair de R$ 18,64, em 10 de janeiro de 2020, para R$ 9,90, em 30 de dezembro. Outra gigante do setor, a Multiplan (dona de 19 shoppings) chegou a ter queda de 70% na sua receita de aluguéis. Como consequência, os fundos de investimentos que tinham papéis dessas empresas, ou que dependiam dos aluguéis para pagar dividendos, foram diretamente afetados.
Porém, após o mês de maio, o varejo em geral experimentou seguidas altas nos índices medidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), chegando a um crescimento geral de 7,3% em novembro do ano passado (última divulgação do instituto) em relação a 2019. Cinco dos oito setores pesquisados pelo índice apresentaram recuperação, alavancados pelo auxílio emergencial dado pelo governo, que estimulou o consumo, tornando o final de 2020 um pouco menos amargo.
Quando se fala de e-commerce, porém, pode esquecer o desânimo. Até por uma questão de necessidade, as pessoas mais do que nunca compraram online. Por consequência disso, o setor performou de forma contrária ao restante do varejo: durante os meses de março e abril, segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), os pedidos online em supermercados chegaram a aumentar 270%. Nos primeiros oito meses do ano, o número de transações pela internet cresceu 80% e o faturamento foi 75% maior, apurou a entidade.
E para 2021, o que se espera do varejo e qual pode ser a sua influência sobre os fundos de investimento?
Crescimento no varejo online, incertezas nas lojas físicas
Para este ano, o e-commerce deve seguir forte. Segundo a ABComm, o setor chegou para ficar e o que pode se esperar é um reforço na logística e integração entre as lojas físicas e online, com vendedores fazendo pedidos online e lojas físicas utilizando seus estoques para entregas.
Por isso, espera-se que empresas de e-commerce, meios de pagamento, startups de tecnologia para comércio eletrônico e aluguel de galpões logísticos sejam negócios cada vez mais em evidência, tornando-os interessantes para fundos de investimento.
O Ouro Preto Ações FIA, fundo de investimento em ações da Ouro Preto Investimentos, por exemplo, tem papéis de algumas das maiores plataformas de e-commerce brasileiras, como Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Renner (LREN3) e Via Varejo (VVAR3), responsável pela Casas Bahia, Ponto Frio e administradora da loja virtual Extra.com.br. O fundo conta também com ações de empresas ligadas ao mercado de shopping centers, como a Aliansce Sonae (ALSO3) e Iguatemi (IGTA3 ). Saiba mais sobre o Ouro Preto Ações FIA aqui!
Além disso, se as campanhas de vacinação tornarem mais brandas as regras de distanciamento social – algo ainda incerto -, o segmento de shoppings centers deverá voltar ao caminho de crescimento, gerando ótimas oportunidades também para FIIs com foco em projetos de desenvolvimento imobiliário.